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    Caminhoneiros interditam acesso ao porto de Santos; 7 são presos

    DIMMI AMORA
    ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
    DE SÃO PAULO

    24/02/2015 16h52

    O único viaduto de acesso de caminhões aos terminais do porto de Santos na cidade de Santos (existem terminais no Guarujá, em que não há bloqueio), na altura do quilômetro 64 da via Anchieta, foi interditado nesta terça-feira (24) em razão do protesto de caminhoneiros.

    A manifestação já atinge 11 Estados.

    Segundo a Ecovias, concessionária que administra a via Anchieta, os manifestantes estão no local desde as 10h40. Por volta das 14h30, o viaduto foi fechado, de acordo a Polícia Rodoviária Estadual.

    Por volta das 18h, um grupo de manifestantes começou a depredar caminhões, abrir compartimentos e derrubar carga na pista, como açúcar e areia.

    Sete pessoas foram detidas.

    Alguns caminhões foram danificados a ponto de necessitar de reboque. Cerca de 10 veículos quebrados permanecem sobre o viaduto à espera de guincho e outros 50 estão parados ou abandonados.

    Depois das 21h a polícia conseguiu desbloquear o viaduto e os caminhões voltaram a ter acesso ao porto.

    INCÊNDIO

    Às 21h30 dois encapuzados incendiaram um caminhão na altura do km 64 da Anchieta. Eles fugiram.

    Por causa do combate ao fogo, as pistas centrais da Anchieta, tanto no sentido litoral como no de São Paulo, foram bloqueadas.

    SEGUNDO BLOQUEIO

    Por volta das 20h30, foi montado um segundo bloqueio na descida do viaduto, já na entrada do porto, com caminhoneiros tentando impedir a retirada dos veículos danificados.

    Tenente-coronel Carlos Alberto dos Santos, comandante do primeiro batalhão da Polícia Rodoviária Estadual, disse que não há uma liderança à frente do movimento. "É uma minoria que está coagindo os caminhoneiros a parar e vandalizando os veículos."

    DESBLOQUEIOS

    A Justiça Federal do Rio Grande do Sul determinou, na tarde desta terça-feira (24), a liberação de três rodovias federais ocupadas em protesto de caminhoneiros na região de Pelotas.

    A decisão, em caráter liminar, estabelece o prazo de uma hora para que as BRs 293, 116 e 392 sejam liberadas. O prazo passa a valer assim que ocorrer a notificação por meio de um oficial de justiça, sob pena de multa de R$ 5 mil por hora.

    O pedido foi feito na segunda-feira (23) pela Advocacia-Geral da União, que entrou com ações na Justiça Federal em sete Estados como forma de impedir o bloqueio das rodovias.

    Na decisão, a juíza Dulce Helena Dias Brasil, da 3ª Vara Federal de Pelotas, avalia que, "ainda que a ordem jurídica assegure o direito de manifestação, este direito não é ilimitado, mas sujeito a regras, que visam a preservar os direitos dos demais (a maioria), que não estão envolvidos diretamente com a situação", escreveu.

    Para a juíza, a realização dos protestos na rodovia sem autorização pode ser considerada infração gravíssima, de acordo com o código de trânsito.

    A decisão também autoriza, caso necessário, o uso de força policial para desocupar as rodovias e liberar a circulação de veículos.

    A Justiça também determinou a liberação de rodovias federais de Minas Gerais nesta terça-feira (24).

    A medida fixa o prazo de três horas, a partir da notificação, para que as estradas sejam desbloqueadas. Também estabelece multa de R$ 5 mil por hora a cada veículo que impedir a circulação e R$ 50 mil a associações de caminhoneiros que descumprirem a decisão.

    Essa é a primeira decisão judicial para liberação das rodovias federais após o pedido da AGU. Além do Rio Grande do Sul, o órgão também pediu à Justiça a liberação de rodovias em Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.

    Segundo a AGU, uma nova ação foi apresentada nesta terça-feira (24) em São Paulo, que também teve pistas bloqueadas durante os protestos.

    DESABASTECIMENTO

    Os bloqueios das estrada causam desabastecimento em várias cidades, como em Loanda (PR). O vídeo abaixo mostra filas de carros para encher o tanque em postos de gasolina.

    Veja vídeo

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