• Mercado

    Friday, 03-May-2024 01:30:37 -03

    Fretes estão 14% abaixo do custo mínimo do serviço, diz entidade

    DIMMI AMORA
    DE SÃO PAULO

    26/02/2015 14h35

    O preço pago pelas empresas que querem transportar sua mercadoria pelo país aos caminhoneiros e companhias transportadoras de carga está pelo menos 14% abaixo do custo mínimo para se fazer esse serviço.

    É o que aponta pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), entidade que agrega empresas que têm frotas de caminhão para transporte.

    Chamado índice de defasagem do frete, o valor vem aumentando nos últimos anos. Conforme a Folha mostrou em setembro de 2014, a defasagem na época era de 9,7% e havia subido dois pontos percentuais em menos de um ano.

    A defasagem do preço do frete é apontada como o motivo da paralisação dos caminhoneiros em todo o país, iniciada na semana passada.

    Os caminhoneiros pedem que o governo reduza o preço do combustível, do pedágio e aumentem a permissão para eles dirigirem por mais tempo como forma de melhorar justamente os ganhos com o trabalho.

    Esse índice da NTC&Logística considera todos os custos que uma empresa transportadora tem para realizar o serviço, incluindo mão de obra, diesel, compra e reposição de equipamentos, entre outros. E aponta qual seria o valor mínimo que as empresas deveriam receber dos clientes para fazer o serviço.

    Depois é feita uma sondagem com companhias do setor para saber qual valor médio real que elas estão cobrando dos clientes para fazer o transporte. A diferença entre um valor e outro é considerada a defasagem.

    REAJUSTES

    O aumento da defasagem se deu por causa dos recentes reajustes nos custos das tarifas públicas e, principalmente, do diesel. Segundo a pesquisa, o combustível deverá subir 8% num período de menos de seis meses. Para distâncias acima de 400 km, o custo do frete deverá ficar ente 2% e 3% maior somente pelo aumento do diesel.

    Como o índice de defasagem é de janeiro de 2015, ele ainda não capturou todo o impacto do aumento do diesel deste ano e a defasagem atual é ainda maior que os 14% medidos no mês passado.

    Outro fator que colabora para o déficit é queda da atividade econômica. Com mais caminhões disponíveis para fazer o transporte, as empresas transportadoras e caminhoneiros autônomos não conseguem repassar os aumentos de custo aos chamados embarcadores ou donos da carga.

    Para se ter uma ideia, o custo médio do transporte cresceu 4% nos 12 meses anteriores a janeiro, contra um crescimento do IPCA de 7%. Segundo a associação, outro custo que vem subindo é com a segurança devido ao aumento dos roubos de carga.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024