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    Temer diz que tentará influenciar PMDB a aprovar o ajuste fiscal

    LEONARDO SOUZA
    DO RIO

    28/02/2015 02h00

    Em artigo publicado na Folha no final de agosto, menos de dois meses antes da eleição, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) fez uma vigorosa defesa da desoneração da folha de pagamentos, um dos principais pontos revistos no pacote fiscal publicado ontem pelo governo.

    No texto, Temer disse que a medida, ampliada no ano passado para 56 setores, era uma das principais razões para a situação de pleno emprego no país. Temer chegou a afirmar que a perda de arrecadação valia "a pena", "em prol do bem-estar da arrecadação".

    "Abrindo mão de receitas, a equipe econômica sabia de suas implicações nas contas públicas. A médio e longo prazo, porém, a desoneração da folha de pagamento será importante fator de crescimento", afirmou.

    O IBGE divulgou nesta quinta (26) que a parcela empregada da população caiu, em janeiro, ao menor patamar do governo Dilma. O Ministério da Fazenda já adiantou que a economia no ano passado deve ter encolhido e que ficará estagnada em 2015.

    Alan Marques - 23.fev.2015/Folhapress
    O vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB
    O vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB

    Procurado na sexta (27) pela Folha para falar sobre o assunto, Temer disse, por meio de sua assessoria, que o cenário econômico mudou do ano passado para cá, que a economia necessita agora de adaptações, mas que os ajustes, como a revisão da desoneração, são transitórios.

    "Alguns sacrifícios são necessários agora para termos uma economia mais saudável mais na frente."

    O vice-presidente afirmou que essa é sua opinião pessoal, que não poderia falar, neste momento, em nome de todo o PMDB.

    Afirmou, contudo, que vai se empenhar para influenciar as principais lideranças do partido a votar a favor das medidas no Congresso.

    Na próxima segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff receberá Temer e outros caciques do PMDB em um jantar no Palácio Alvorada. Até agora foram convidados os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Eunício Oliveira (CE) e os ministros da legenda.

    "Até lá [o jantar no Alvorada], teremos conversas para tornar as coisas mais claras", disse ele, por meio da assessoria.

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