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    Diesel, pedágio e financiamento pesam no bolso de motorista

    SAMY DANA
    DE COLUNISTA DA FOLHA

    01/03/2015 02h00

    Com base nas informações do próprio caminhoneiro Rogério Donizete de Paula, 43, pode-se concluir que houve, em média, uma redução de 19% no seu lucro em um intervalo de dois anos.

    O profissional relata que em 2013 conseguia ter um lucro na faixa de R$ 4.300 por mês. Já em janeiro deste ano, o recurso não teria passado da faixa de R$ 3.500.

    Para entendermos melhor o caso, o faturamento bruto do caminhoneiro gira em torno dos R$ 30 mil. No entanto, seus gastos também são altos, alcançando a cifra de R$ 26.469/mês em média.

    Estão contabilizados, dentre os gastos do caminhoneiro, todos os custos burocráticos com o veículo como o seguro (R$ 20 mil anuais) e o IPVA (R$ 2.791 anuais).

    Os gastos com manutenção também entram na conta: pneus (R$ 6.400 anuais), lona (R$ 3.000 a cada três anos), óleo (R$ 500/mês) e até mesmo outros extras como a contratação de "chapas" (ajudantes de caminhoneiro) para o descarregamento das mercadorias (R$ 1.200/mês), por exemplo.

    Despesas como a arrecadação mensal como autônomo para o INSS também estão lá (R$ 220/mês).

    Parcelas de R$ 3.800/mês pagas pelo financiamento de 60% do caminhão novo também estão contabilizadas no orçamento, assim como a reserva de R$ 800 mensais para compor a entrada do próximo caminhão e cobrir imprevistos como multas e quebras inesperadas de peças.

    DIESEL E PEDÁGIO

    De tudo o que foi contabilizado, é interessante notar que os gastos mais pesados para o caminhoneiro são os dos pedágios das estradas (R$ 2.475/mês), a parcela do caminhão novo e, principalmente, os de consumo de diesel (R$ 10,2 mil/mês).

    Diesel, financiamento e pedágios, somados, respondem por 74% dos compromissos mensais que o profissional precisa honrar, ou seja, muito mais do que a metade.

    É importante deixar claro que, desde 2013, o diesel, os pedágios e outros insumos, de fato, têm ficado mais caros, achatando o lucro dos caminhoneiros. Vale lembrar que 60% das cargas são transportadas por caminhões que utilizam óleo diesel.

    PARA-CHOQUE DURO

    45,91%
    é o peso do consumo de diesel no custo do caminhoneiro, o maior de todos

    17,12%
    é a parcela dos gastos com financiamento do caminhão

    11,15%
    é quanto representa o gasto com pedágios

    6,30%
    é a fatia do seguro

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