• Mercado

    Wednesday, 01-May-2024 17:48:16 -03

    Protestos dos caminhoneiros diminuem nas estradas do Sul do país

    DE SÃO PAULO

    01/03/2015 12h36

    Apesar de diminuírem, as manifestações dos caminhoneiros ainda bloqueiam estradas no Sul do país, principalmente as rodovias federais. Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os principais Estados que mantêm a greve, somando 12 cidades com interdições neste domingo (1).

    Os caminhoneiros fazem protestos há 11 dias e chegaram a realizar mais de cem bloqueios em 14 Estados. Na noite desse sábado (28), a Polícia Rodoviária Federal contava ao menos 46 bloqueios em nove Estados, inclusive da região Nordeste.

    Segundo líderes do movimento, já era esperada uma diminuição dos protestos durante o final de semana, mas eles pretendem retomar as interdições nessa segunda-feira (2).

    A Polícia Rodoviária Federal informa que a BR-282 é a mais prejudicada em Santa Catarina, com cinco pontos de bloqueio parciais, em Pinhalzinho, Maravilha, São Miguel do Oeste, Xanxerê e Faxinal dos Guedes. Também há três bloqueios parciais em na BR-163, em Guarujá do Sul, São José do Cedro e Guaraciaba em dois na BR-158, em Palmito e Cunha Porã.

    No Rio Grande do Sul, ainda segundo a polícia, duas cidades têm rodovias bloqueadas, Cachoeira do Sul e Pelotas, no Km 66 da BR 392, pela manhã, eram quatro municípios.

    A Polícia Rodoviária Federal do Paraná, um dos Estados mais afetados pelos protestos, afirma que não há mais pontos de bloqueio nas rodovias.

    RODOVIAS ESTADUAIS

    O número de estradas estaduais da região Sul bloqueadas também caiu neste domingo. Somente no município de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, na SC 163, no km 58, o motorista trafega com atenção devido à manifestação desde o início deste domingo.

    Até este sábado (28), havia 19 pontos interditados, sendo 14 no Rio Grande do Sul e quatro em Santa Catarina, até às 23h. Em todo o país, o número chegou a 53 pontos na quarta-feira (25)

    Na região Centro-Oeste, o Mato Grosso do Sul tem a rodovia MS-134, em Andradina, parcialmente bloqueada por caminhoneiros. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, 20 carretas permanecem paradas no local.

    No Rio Grande do Sul e no Paraná, as policias rodoviárias estaduais afirmam que não há bloqueios até o final desta tarde.

    Em nota divulgada nesta manhã, o governo federal afirma que vai ampliar a presença das forças policiais para assegurar as decisões judiciais e a desobstrução das rodovias.

    O texto também reafirma a intenção do Planalto de fechar acordo com os caminhoneiros e se coloca a disposição para o diálogo com objetivo de encerrar as interdições.

    REINVINDICAÇÕES

    Os caminhoneiros pedem redução no preço do pedágio e do diesel, o aumento do valor do frete e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho.

    Na última quarta (25), o governo chegou a anunciar um acordo com a categoria. O acordo inclui a renegociação de dívidas do setor por parte do governo, que informou ter recebido da Petrobras a garantia de que os preços do diesel não subirão pelos próximos seis meses, o que só será cumprido se as estradas foram liberadas.

    O presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, que participou das negociações, afirmou que as entidades presentes à reunião eram favoráveis ao fim do movimento, mas que ele não poderia "garantir que a greve vai acabar".

    As medidas oferecidas pelo governo, sob a chancela da presidente Dilma Rousseff, incluíram o compromisso de sanção integral da chamada Lei dos Caminhoneiros, que na prática reduz o valor do pedágio que pode ser cobrado dos caminhões e aumenta o número de horas extras que podem ser feitas pela categoria.

    A segunda medida é a suspensão, por um ano, dos pagamentos de empréstimos feitos pelo BNDES para a aquisição de caminhões.

    O governo anunciou, ainda, a criação, por empresas e caminhoneiros, de uma tabela referencial de fretes, o que pode levar a preços mínimos para o serviço. A quarta proposta é o estabelecimento de uma mesa permanente de negociações entre motoristas e empresas.

    No entanto, parte dos motoristas, em especial no Rio Grande do Sul, não reconhece o acordo.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024