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    Começam nesta segunda ajustes em conta de luz, com alta de de até 48%

    JULIA BORBA
    DE BRASÍLIA

    02/03/2015 09h10

    A partir desta segunda-feira (2) passam a ser aplicados ajustes extraordinários sobre distribuidoras de energia de todo o país e um acréscimo para o sistema de bandeiras tarifárias aprovados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) na sexta-feira (27).

    O efeito prático para o consumidor é um aumento de até 48% no preço da luz, considerando reajuste extraordinário e bandeira tarifária.

    Na média, o aumento percebido pelos brasileiros em março será de 32%. Esse percentual considera tanto a média dos reajustes extraordinários no país (23,4%) quanto o efeito extra trazido pela aplicação da bandeira vermelha (8,5%), que vai valer durante todo mês como forma de repassar ao consumidor gastos extras devido ao uso de termelétricas.

    A bandeira poder variar de mês para mês, mas é improvável, pelas condições climáticas e atual situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas, que a cor da bandeira possa voltar a ser verde no curto prazo (sem acréscimos para o consumidor), ou mesmo amarela (que indica gastos acima do padrão, mas não exorbitantes).

    Mesmo ao desconsiderar o efeito da bandeira tarifária –veja tabela abaixo, que considera apenas os valores dos aumentos extraordinários de cada empresa–, a alta média que será aplicada sobre as tarifas, de forma permanente, será de 28,7% para Sul, Sudeste e Centro-Oeste e de 5,5% no Norte e Nordeste.

    Para os consumidores da Eletropaulo, por exemplo, o aumento extraordinário elevará as tarifas em 31,9%. Com a bandeira vermelha, 40,4%.

    Veja percentuais do aumento de cada distribuidora, sem contar a bandeira tarifária
    Distribuidora Efeito
    CELPE 2,20%
    COSERN 2,80%
    CEMAR 3,00%
    CEPISA 3,20%
    CELPA 3,60%
    ENERGISA PB 3,80%
    CELTINS 4,50%
    CEAL 4,70%
    COELBA 5,40%
    ENERGISA BO 5,70%
    SULGIPE 7,50%
    ENERGISA SE 8,00%
    CPFL STA CRUZ 9,20%
    COELCE 10,30%
    MOCOCA 16,20%
    CERON 16,90%
    CPEE 19,10%
    JOAOCESA 19,80%
    COOPERALIANÇA 20,50%
    ELETROACRE 21,00%
    SANTAMARIA 21,00%
    CHESP 21,30%
    CSPE 21,30%
    CEEE 21,90%
    LIGHT 22,50%
    CJE 22,80%
    IENERGIA 23,90%
    CEB 24,10%
    ELEKTRO 24,20%
    CELESC 24,80%
    BANDEIRANTE 24,90%
    ENF 26,00%
    ESCELSA 26,30%
    CEMAT 26,80%
    ENERGISA MG 26,90%
    EFLUL 27,00%
    ELETROCAR 27,20%
    CELG 27,50%
    DME-PC 27,60%
    ENERSUL 27,90%
    CEMIG 28,80%
    CPFL PIRATININGA 29,20%
    EDEVP 29,40%
    CPFL PAULISTA 31,80%
    HIDROPAN 31,80%
    CFLO 31,90%
    ELETROPAULO 31,90%
    FORCEL 32,20%
    CAIUA 32,40%
    DEMEI 33,70%
    MUXFELDT 34,30%
    COCEL 34,60%
    CNEE 35,20%
    RGE 35,50%
    COPEL 36,40%
    UHENPAL 36,80%
    BRAGANTINA 38,50%
    AES SUL 39,50%
    Editoria de Arte/Folhapress

    ENTRE REGIÕES

    A grande diferença entre os aumentos médios de uma região para outra se dá por dois motivos: o primeiro é a proteção legal das regiões Norte e Nordeste. A regra impede que haja uma divisão igualitária dos gastos anuais do setor elétrico, fazendo com que as duas regiões paguem menos.

    Além disso, recaem sobre os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste os custos altos da compra da energia de Itaipu, que sofreu aumento de 46% a partir de janeiro. Como apenas essas regiões fazem uso dessa energia, só elas pagam por estes gastos maiores.

    BANDEIRAS

    O sistema de bandeiras tarifárias é o responsável por passar mensalmente o custo elevado das usinas térmicas para o consumidor. Além do risco hidrológico, que é o gasto extra das usinas que não conseguem entregar a quantidade de energia prevista em contrato.

    Em decisão, também tomada nesta sexta-feira (27), o preço das bandeiras aumentou 83% no caso da vermelha e 66,7% no caso da amarela.

    Pela regra, o acréscimo mensal passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos no caso do maior preço.

    Para a bandeira tarifária amarela –quando gastos com usinas térmicas estão fora do padrão, mas não extremamente elevados–, o preço vai passar de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos para R$ 2,50.

    Só não há elevação de preços quando a bandeira for verde, indicando poucos gastos extraordinários no setor.

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