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    Dólar bate R$ 2,91, mas perde força; Bolsa sobe ajudada por Petrobras

    DE SÃO PAULO

    03/03/2015 10h42

    O dólar segue sua trajetória de alta no mercado cambial e, após operar no patamar de R$ 2,91, perdeu força nesta terça-feira (03), com investidores analisando o cenário econômico negativo no Brasil e as incertezas em torno da aprovação do pacote de ajustes fiscais necessário para resgatar a credibilidade do país.

    Já a Bolsa avança, impulsionada pela alta das ações da Petrobras, que chegou a subir mais de 3% e, por volta de 13h15, tinha valorização de mais de 1% nesta sessão após a empresa anunciar que pretende vender US$ 13,7 bilhões em ativos neste ano e no próximo (leia mais abaixo).

    Às 13h16, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,27%, a R$ 2,90, maior patamar desde 15 de setembro de 2004. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, tinha avanço de 0,17%, a R$ 2,90, maior valor desde 15 de setembro de 2004.

    Para Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, o dólar é pressionado pelas dúvidas sobre a aprovação dos ajustes fiscais pretendidos pelo governo. "A 'rebeldia' noticiada do presidente do Senado deve trazer mais complicações para o governo no âmbito da aprovação das medidas fiscais propostas pela equipe econômica", afirma, em relatório.

    "Não custa lembrar que na Câmara dos Deputados o atual presidente conta com um histórico complicado na relação com o governo. A tudo isso adicionam-se os efeitos nada desprezíveis da 'lista Janot', que será entregue ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Há muita especulação em torno dos nomes dos possíveis políticos que constarão da lista", complementa.

    Segundo ele, dependendo dos nomes envolvidos o Congresso ficará paralisado. "Esse caldeirão politico, somando-se à perspectiva de alta nas taxas de juros nos EUA, vêm alimentando a subida da cotação do dólar. Há apostas no mercado de que a cotação da divisa norte americana bata em breve os R$ 3,00. É a precificação pelo risco", avalia.

    Outro fator de pressão é a dúvida em torno do programa de atuações diárias do Banco Central no câmbio. Alguns analistas acreditam que a autoridade monetária pode encerrar essas intervenções no fim do mês.

    Mas nesta terça-feira o BC deu continuidade às suas atuações e vendeu 2.000 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 1.400 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 600 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,3 milhões.

    A autoridade monetária sinalizou que deve rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais que vencem em 1º de abril, equivalente a uma posição vendida de US$ 9,964 bilhões. Nos últimos meses, o BC vinha fazendo rolagens integrais.

    Contando com o leilão de swaps para rolagem desta sessão, em que a autoridade monetária vendeu a oferta integral, cerca de 7% do lote de abril já foram rolados.

    BOLSA

    As ações da Petrobras sobem nesta sessão, enquanto a Bolsa apresenta instabilidade. Às 13h17, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha leve alta de 0,35%, a 51.198 pontos.

    Das 68 ações negociadas no índice, 42 subiam, 25 caíam e uma se mantinha inalterada no horário.

    As ações preferenciais da Petrobras –mais negociadas e sem direito a voto– subiam 1,70%, a R$ 9,56, às 13h18. Os papéis ordinários, com direito a voto, tinham alta de 1,29%, a R$ 9,40. no mesmo horário.

    A petrolífera anunciou que espera obter US$ 13,7 bilhões (R$ 39 bilhões) com a venda de ativos no Brasil e no exterior.

    A cifra representa um aumento de 25% em relação ao teto da meta originalmente traçada -de US$ 11 bilhões (R$ 32 bilhões), valor estabelecido em fevereiro do ano passado no Plano de Negócios e Gestão para os anos de 2014 a 2018. O piso, na época, foi fixado em US$ 5 bilhões (R$ 14,5 bilhões).

    Segundo a Petrobras, 30% dos recursos devem vir da venda de projetos de exploração e produção, como a venda de parcial ou integral de campos de petróleo e gás. A expectativa é que outros 30% terão origem na área de abastecimento, que inclui refinarias, dutos, terminais e a rede de distribuição de postos de combustíveis. A maior fatia, prevê a estatal, deve ser obtida em empreendimentos de gás e energia, como termelétricas, gasodutos e unidades de produção de fertilizantes.

    Folhainvest

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