Um dia depois do anúncio feito pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) de que rejeitaria a medida provisoria que revê desonerações da folha de pagamentos para vários setores da economia, o ministro da Fazenda Joaquim Levy participou de encontro com centenas de investidores nesta quarta-feira (4).
Em reunião a portas fechadas promovida pelo Bank of America, em São Paulo, o ministro mostrou que tem confiança na implementação das medidas de ajuste das contas públicas, segundo pessoas que assistiram à apresentação de Levy.
Moacyr Lopes Junior/Folhapress | ||
No aeroporto de Congonhas (SP), Joaquim Levy embarca para Brasília após reunião com investidores |
De acordo com os relatos, Levy foi mais cuidadoso com o vocabulário, depois de ter recebido desaprovação pública da presidente Dilma Rousseff, que considerou a fala do ministro infeliz na semana passada. Hoje, ele não usou as palavras "grosseiro" e "brincadeira" para se referir à desoneração da folha de pagamentos que está sendo agora revista pelo governo.
O raciocínio, entretanto, foi o mesmo. "Ele disse que medidas tomadas no passado não geraram os resultados esperados", contou um dos participantes do evento.
Sobre o golpe recebido de Renan ontem e a decisão de reenviar as mudanças por meio de projeto de lei, o ministro não foi direto. Mencionou apenas que as medidas precisam passar pelo Congresso.
Durante toda a sua agenda em São Paulo, Levy não quis falar com a imprensa.