• Mercado

    Wednesday, 01-May-2024 21:00:33 -03
    [an error occurred while processing this directive]

    Porteiro em prédio será tão difícil como é contratar babá, diz executivo

    MARIANA BARBOSA
    DE SÃO PAULO

    13/03/2015 02h00

    Em um futuro nem tão distante, os novos prédios do país não terão porteiros. Quem vai abrir o portão será um funcionário terceirizado em outro Estado ou até país, por meio de teleconferência.

    Câmera por todos os lados e detector de metais no elevador vão garantir a segurança.

    Esse é o cenário para 2020-21 traçado pela Tecnisa, empresa conhecida pelo pioneirismo na adoção de novas tecnologias e por sua atuação nos meios digitais –atualmente, 45% das vendas tem origem na internet.

    "Do mesmo jeito que hoje está difícil contratar babás, no médio prazo não teremos mais porteiros", disse o diretor de marketing da construtora, Romeo Busarello, nesta quinta (12), no Arena do Marketing, evento promovido pela Folha em parceria com a faculdade ESPM, com transmissão ao vivo pela "TV Folha".

    A portaria automatizada é uma das iniciativas da chamada internet das coisas da empresa. "Só não vai acontecer se o governo baixar uma lei, como fez com frentistas, impedindo a existência de prédios sem porteiros."

    A Tecnisa foi pioneira, há mais de uma década, na venda de apartamento pela internet e nos corretores on-line 24 horas. A empresa aceita a moeda virtual bitcoins (mas ainda não teve demanda para isso) e já vendeu quase 300 unidades pelo Twitter.

    A empresa também se notabilizou por ter ações específicas para a comunida- de gay. E hoje está preocupada com a mudança demográfica e o envelhecimento da população.

    Segundo Busarello, que dividiu a mesa da "TV Folha" com o professor do núcleo de Marketing Digital da ESPM, Pedro Waengertner, a empresa deve lançar no ano que vem um empreendimento 100% focado nas necessidades da terceira idade.

    "A partir de 2016, o Brasil terá mais gente com mais de 60 anos do que com menos de 18", diz.

    Veja

    MARCA

    Há 14 anos responsável pela marca Tecnisa, Busarello diz que a internet até pode ajudar na construção de marcas, mas não existe atalho.

    "Entre a raiz e o fruto há o tempo. E não adianta investir em rede social e não ter o que entregar. É o que chamamos de fachada de catedral e gerente de prostíbulo."

    Para Waengertner, da ESPM, trata-se de um trabalho de formiguinha que pode levar anos. "Até acontece de ter uma marca que produz um viral e fica famosa, mas isso não dura."

    Para ilustrar o ofício, Busarello compara o marketing com as finanças. "O financeiro é aquele cara que sabe o custo de tudo e o valor de nada. Chega à empresa, pega o machado e sai cortando. O resultado se vê em três semanas. No marketing podemos levar três anos para ver o resultado, pois é preciso ter consistência.

    RENOVAÇÃO

    Para o executivo, a velocidade das transformações no mundo digital exige dos profissionais de marketing uma constante renovação.

    "O conhecimento não é cumulativo. Tenho 32 anos de carreira e o que vale são os últimos 3, 4. Não importa se fiz pós ou se morei na China", diz. "É preciso conhecer de tecnologia, ser curioso, ler muito e ter uma rede de contatos. Meu maior patrimônio é o meu LinkedIn."

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024