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    Crise econômica leva investidor a buscar refúgio em ativos reais

    VINICIUS SILVA
    THAIS FASCINA
    DE SÃO PAULO

    16/03/2015 02h00

    As incertezas sobre os rumos das economias brasileira e internacional fazem os investidores buscarem refúgio nos chamados ativos reais, como ouro e imóveis.

    Usado desde a antiguidade como reserva de valor, o ouro costuma subir em momentos de tensão geopolítica (como na Ucrânia e no Oriente Médio). Também acompanha o dólar, moeda em que mais é negociado.

    Nos últimos 12 meses, o metal subiu 17,7% –bem acima dos 7,13% da poupança e dos 7,7% da inflação pelo IPCA (índice oficial).

    editoria de arte/folhapress

    Com o provável aumento dos juros nos EUA, porém, o valor do ouro pode começar a cair até o fim do ano.

    "Tanto empresas quanto pessoas físicas estão procurando mais o ouro nesse momento de incertezas", afirmou Maurício Gaiote, analista da Ourominas.

    A ida de grandes compradores ao mercado eleva os preços e aumenta o risco. No ano passado, os bancos centrais compraram 477 toneladas de ouro para diversificar as suas reservas. Foi a segunda maior compra do metal em 50 anos, segundo a consultoria World Gold Council.

    Por ter pouca liquidez no mercado, Mauro Calil, do banco Ourinvest, afirma que o ouro pode não ser uma boa opção se o objetivo é tentar se proteger nesta época de crise econômica.

    "O investidor que escolher o ouro irá pagar um preço alto nos contratos neste momento e irá perder dinheiro, já que o metal não rende juros", explica.

    MERCADO IMOBILIÁRIO

    Outro ativo que atrai a atenção dos investidores em períodos de incertezas é o imóvel. Porém, o investidor precisa levar em conta que uma recessão econômica pode reduzir os preços e diminuir a rentabilidade com os aluguéis.

    "Com uma vacância maior de imóveis, podemos ter uma diminuição nos preços", analisa Silvio Paixão, professor de finanças da Fecap.

    A compra do imóvel tem ainda custo elevado de transação, com comissões, advogados e cartório, além de despesas com manutenção.

    "A liquidez é baixa e o risco de ficar estacionado em um imóvel, pagando manutenção e impostos, pode ser perigoso. No prazo de até três anos, não vejo uma perspectiva boa para os imóveis."

    Folhainvest

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