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    Dólar recua para R$ 3,22 e Bolsa cai após protestos e com ajuda de exterior

    DE SÃO PAULO

    16/03/2015 10h54

    O dólar recuou para o patamar de R$ 3,22 e a Bolsa opera em baixa após os protestos e ajudados pelo bom humor no exterior.

    Às 14h10, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caía 0,94%, para R$ 3,221. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha queda de 0,83%, a R$ 3,223, no mesmo horário.

    Às 14h10, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário, tinha queda de 0,27%, aos 48.465 pontos. Das 68 ações negociadas, 32 subiam, 35 caíam e uma operava estável no horário.

    Para analistas, a Bolsa e o dólar passam por uma correção após as tensões políticas registradas na semana passada que fizeram o dólar bater R$ 3,28 e a Bolsa ter queda pela segunda semana seguida.

    PROTESTOS

    Os investidores analisam a reação do governo após as manifestações realizadas no último domingo em várias cidades do país, embora, segundo analistas, elas não estejam causando impacto no mercado.

    "A Bolsa teve uma queda forte nas últimas semanas e tem espaço para alta. Mas, ainda assim, é difícil ser otimista", afirma Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora.

    Segundo ele, as quedas da Bolsa e as fortes altas do dólar na semana passada já mostravam a preocupação dos investidores com o cenário político instável.

    Aqui, pesa o último boletim Focus, que mostrou que o dólar deve ficar acima de R$ 3 até o final do ano pela primeira vez.

    Economistas e instituições financeiras consultados pelo Banco Central avaliam que o dólar deve fechar o ano em R$ 3,06, quando levado em consideração o centro das estimativas (ou mediana).

    Espera-se também uma retração do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,78% neste ano. Essa seria a pior retração da economia desde 1990, quando o PIB encolheu 4,35%. Na semana passada, esperava-se retração de 0,66%.

    "O Focus veio em linha com as expectativas de mercado, o que mostra uma maior transparência e alinhamento das expectativas do governo com as do mercado. Isso faz a Bolsa se recuperar um pouco", avalia Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

    Na manhã desta segunda, o Banco Central deu sequência às vendas de contratos de swap que tem sido feitas normalmente, segundo programa de intervenções no mercado já em vigor.

    EXTERIOR

    A queda do dólar em relação ao real ocorre em linha com a de outras divisas também. Das 24 principais moedas emergentes, 19 se apreciavam em relação à divisa americana às 14h11.

    No Brasil, a desvalorização do dólar também é motivada por uma correção, após as fortes altas registradas na semana passada, quando a moeda americana encerrou cotada a R$ 3,25.

    "O dólar não deve ter grandes movimentações até quarta-feira, quando ocorre a reunião do Fed (Federal Reserve, banco central americano). A gente espera uma mudança no discurso da Janet Yellen que indiquem um aumento na taxa de juros nos próximos encontros", avalia Figueredo, da Clear Corretora.

    Caso Yellen efetivamente mude seu discurso, a moeda americana deve se apreciar em relação às emergentes. Isso porque um aumento dos juros deixa os títulos americanos -considerados de baixo risco e cuja taxa de remuneração acompanha a oscilação do juro básico- mais atraentes aos investidores internacionais, que preferem aplicar seus dólares lá a levar os recursos para países de maior risco -como emergentes, incluindo o Brasil.

    Diante da perspectiva de entrada menor de dólares no Brasil, o preço da moeda americana sobe.

    BOLSA

    No Ibovespa, as ações da Vale caem mais de 1% nesta sessão.

    Às 14h12, os papéis preferenciais da mineradora tinham queda de 1,39%, para R$ 16,25. As ações ordinárias caíam 1,58%, a R$ 18,58, no mesmo horário.

    As ações da Petrobras oscilam bastante no pregão. Às 14h12, os papéis preferenciais, mais negociados e sem direito a voto, tinham baixa de 0,36%, a R$ 8,27. As ações ordinárias tinham queda de 0,98%, a R$ 8,07.

    Folhainvest

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