Diante da crise nas finanças em Itaboraí, em decorrência principalmente das perdas na indústria do petróleo no Estado do Rio, o prefeito Helil Cardozo (PMDB) anunciou reduções em seu próprio salário e nas remunerações dos secretários de governo. Todos vão receber 20% menos, conforme noticiou o colunista Ancelmo Góis, do Globo.
Divulgação/Agência Petrobras | ||
Obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), da Petrobras. |
Em Itaboraí estava sendo construído uma refinaria da Petrobras, o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). As demissões no Comperj começaram de maneira pontual a partir do início do segundo semestre do ano passado, como reflexo do modelo de gestão da então presidente da estatal Graça Foster, que passou a rever os contratos e represar aditivos.
Quando o teor da delação premiada do ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, responsável pelo Comperj, veio a público, em outubro do ano passado, a Petrobras congelou os contratos e vieram demissões em massa.
Os cortes provocaram uma queda drástica nas receitas do município. "O complexo petroquímico estava sendo construído e parou. Tínhamos uma arrecadação de ISS (imposto sobre serviços) de R$ 25 milhões por mês, em dezembro, e virou R$ 7 milhões em março. É 40% da receita", diz Cardozo.
A queda no ISS acompanha a queda do número de trabalhadores na cidade. Em 2013, a obra da Comperj chegou a ter 35,5 mil trabalhadores. Segundo o sindicato, hoje são 4.500.
Para Cardozo, a queda da receita está diretamente associada à paralisação da obra: "É uma cadeia: tem menos trabalhadores, o hotel recebe menos gente, arrecada menos e paga menos imposto."
Segundo o prefeito, a atual lei de orçamento anual do município foi feita no ano passado, antes da crise no Comperj.
A decisão de reduzir salários acabou sendo uma das medidas para tentar equilibrar as contas do município.