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    Análise: Carro autônomo esbarra nas limitações do ser humano

    EDUARDO SODRÉ
    EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

    20/03/2015 02h00

    Todas as ferramentas que possibilitam a existência de carros autônomos já existem, e muitas estão presentes em modelos que estão nas ruas há tempos.

    Sensores de distância, navegação por GPS, acelerador eletrônico, radares que leem a estrada e identificadores de faixas e placas são alguns desses itens. Tudo disponível em veículos de diversas faixas de preços.

    Porém, automóveis que podem rodar sozinhos ainda esbarram nas limitações do ser humano.

    Carros autônomos serão feitos para pessoas que sabem dirigir, aptas a assumir o controle em caso de situações emergenciais.

    Por exemplo: em um dia de tempo ruim, um dos sensores acaba encoberto por alguma sujeira. É exagerado imaginar que cada um dos leitores digitais terá sistema autolimpante. Alguém terá de fazer o serviço.

    Se uma folha grudada no para-brisa pode impedir o funcionamento desse tipo de veículo, imagine o que pode ocorrer em caso de pane por falta de cuidados básicos.

    Da mesma forma que um avião, um automóvel capaz de circular sem a intervenção humana necessitará de manutenção preventiva constante. Ele não pode quebrar.

    Os freios precisam estar em perfeita ordem, os pneus devem manter a pressão recomendada e o sistema elétrico não pode apresentar nem sequer uma lâmpada queimada. Ou seja: proprietários terão de conhecer a fundo seus veículos, assim como pilotos dominam suas aeronaves.

    MAIOR CRITÉRIO

    No mundo real, muitos motoristas esquecem dos prazos de revisão e só lembram que o carro não tem poder de regenerar-se quando ocorre uma pane. Portanto, o treino para aprender a "guiar" um carro autônomo terá de ser bem mais criterioso do que o modelo atual de concessão de carteiras de habilitação.

    Diante de tantos fatores, automóveis que se locomovem sozinhos e buscam seus proprietários em um horário marcado são utópicos. Tal coisa deverá ocorrer, no máximo, em espaços compartilhados apenas pelos veículos, como garagens projetadas para esse fim. O motorista desembarca e o carro segue sozinho para a vaga.

    MOBILIDADE

    Entretanto, as questões tangíveis não suplantam as vantagens dos carros autônomos. Uma dessas é a possibilidade de pessoas com deficiência ganharem mais opções de mobilidade.

    Acidentes causados por falha humana também irão diminuir, pois os veículos anteciparão reações para evitar uma colisão.

    Outro ponto positivo: as tecnologias empregadas podem atuar separadamente em prol da segurança e da diminuição dos engarrafamentos.

    Como os carros "conversarão" entre si, dados sobre o trânsito estarão automaticamente atualizados, ajudando o GPS a encontrar o melhor caminho. Por consequência, haverá redução nas emissões de poluentes.

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