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    Veículos com central multimídia atraem mais consumidores; compare

    GALENO LIMA
    DE SÃO PAULO

    20/03/2015 02h00

    Quem precisa (ou prefere) estar conectado até quando dirige tem cada vez mais modelos de carro para escolher.

    A Fiat acaba de colocar à venda seus primeiros veículos fabricados no país com central multimídia. A Nissan lança, até o fim do mês, o Novo Versa. Em maio chega o Peugeot 2008, um SUV compacto da montadora francesa.

    As centrais multimídia dos veículos não dependem de internet. Mas o emparelhamento com o celular, via bluetooth, amplia suas funções, sem distrair tanto o piloto.

    Hoje, cada montadora tem sua central, e as funcionalidades variam bastante. Algumas têm comandos de voz, outras têm TV digital e há as que permitem realizar buscas na internet ou acessar a localização de eventos do Facebook. Em quase todas dá para fazer e receber ligações por viva-voz.

    Mas a disputa mundial entre as marcas, nessa área, pode estar com os dias contados. Um sinal disso é o fato de que a GM, maior indústria de veículos dos EUA, adiou indefinidamente a criação de sua loja própria de aplicativos, a Chevrolet AppShop, em favor dos sistemas automotivos da Apple e do Google, lançados em 2014 pelas gigantes da tecnologia.

    Por aqui, mesmo com a crise, esse nicho de mercado vai bem. A Nissan, por exemplo, vendeu 5.000 unidades do modelo New March equipadas com sua central Nissan Connect. Isso representa 30% do total comercializado do modelo (lançado em maio de 2014), no período de junho a fevereiro deste ano. O carro custa cerca de R$ 47 mil.

    Para usar o sistema é preciso criar uma conta de usuário e baixar um aplicativo no celular. Feito isso, o Nissan Connect funciona como loja de aplicativos: hoje é possível usar o Google e o Facebook, mas fora do país há outras opções, como o Twitter.

    Já as centrais multimídia da Ford usam o sistema operacional Sync. A versão mais atual, chamada Sync com MyFord Touch, apresenta navegação GPS e painel touchscreen. O sistema lê mensagens de texto e tem comandos de voz para controlar a música, a navegação GPS e o ar-condicionado. Está disponível nos modelos New Fiesta Sedan, Focus Hatch, Focus Sedan, Fusion e Edge.

    A Ford tem sua central de aplicativos, a Applink. Para acioná-la é preciso de uma conexão via internet, pelo celular. A versão brasileira conta com Guia UOL, Spotify e Let's Park. Através da porta USB dá para usar um modem 3G para criar uma rede wifi.

    RESTRIÇÕES DA LEI

    A legislação brasileira, entretanto, impõe restrições a esses sistemas. Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (o órgão não quis atender a reportagem) proíbe a instalação de equipamentos que executem vídeos, exceto se houver dispositivo que os torne inoperantes quando o carro estiver em movimento.

    É o que ocorre com o BlueNav, central multimídia disponível no modelo HB20, da Hyundai. Ela inclui função de TV digital e permite executar vídeos a partir de um pendrive. Com o veículo andando, a imagem some e apenas o som é reproduzido.

    Fora do Brasil, a Hyundai tem o aplicativo Blue Link, sem previsão para chegar aqui. Ele liga e desliga o motor, trava e destrava portas, verifica se há problemas no veículo, entre outras funções.

    A Peugeot vai lançar seu aplicativo no Brasil ainda nesse semestre, segundo o gerente da marca, Sérgio Davico. O My Peugeot permite achar o carro no estacionamento e verificar problemas mecânicos. No Brasil, o Peugeot 208 é até agora o único carro da marca com central multimídia. Não reproduz vídeos nem reconhece voz, mas consegue manter a navegação mesmo em caso de perda do sinal GPS, como em um túnel. Em caso de perda do sinal de satélite, a navegação continua através de sensores do ABS nas rodas.

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