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    Governo vê mais cacife para ajuste fiscal após avaliação da S&P

    NATUZA NERY
    DE BRASÍLIA

    24/03/2015 02h00

    O governo recebeu nesta segunda (23) a sua primeira boa notícia na economia após meses de frustrações e ansiedades quanto à aprovação do pacote fiscal pelo Congresso.

    Até o início da noite, a equipe econômica, fechada em reuniões no Palácio do Planalto desde a manhã, não havia tido tempo de "bater bumbo", mas recebeu a notícia com alívio e certa de que ganhou um trunfo para convencer seus aliados a apoiar os ajustes na economia.

    A cúpula do Executivo fez duas avaliações. Primeiro, que a Standard & Poor's deu um voto de confiança ao Brasil; segundo, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, passa a contar com mais munição diante da resistência de deputados e senadores em aprovar os pontos do ajuste.

    Desde que assumiu o posto, Levy tem defendido que o governo precisa atuar rapidamente para impedir o aumento da dívida pública e, assim, evitar um rebaixamento da nota brasileira pelas agências de risco, o que provocaria uma saída de recursos, pondo em risco a economia.

    Para isso, o governo tem feito propostas de cortes de gastos, como as que mudam as regras de concessão do seguro-desemprego, e aumento de receitas, como as que elevam as alíquotas de contribuição previdenciária de setores incluídos no programa de desoneração da folha.

    Estão também na pauta mudanças nas regras de pensão por morte, abono salarial e auxílio doença, além da correção da tabela de Imposto de Renda em patamar inferior ao aprovado inicialmente pelo Congresso.

    Nenhuma medida do ajuste foi aprovada ainda pelo Legislativo, e o governo ainda negocia com parlamentares.

    Mas, afirmam ministros, sem ter entregado nada de concreto, o governo conseguiu um importante voto de confiança da agência.

    Alvo de críticas de setores da Esplanada e, sobretudo do PT, quanto ao efeito contracionista do ajuste, Joaquim Levy tem mais cacife para manter seu plano de voo inicial. Com isso, a expectativa da Fazenda é que precise fazer menos concessões.

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