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    Com receita extra, arrecadação do governo sobe 0,49% em fevereiro

    JULIA BORBA
    DE BRASÍLIA

    24/03/2015 15h05

    A arrecadação do governo federal no mês de fevereiro foi de R$ 89,982 bilhões, um crescimento real de 0,49% frente ao mesmo mês do ano passado, quando foram arrecadados R$ 83,143 bilhões.

    A informação foi divulgada nesta terça-feira (24) pela Receita Federal.

    O resultado, porém, só foi positivo porque entrou no cálculo uma receita extraordinária de R$ 4,640 bilhões.

    De acordo com a Receita Federal, o montante "extra" é representativo e atípico, fato que não se repetirá ao longo do ano.

    Ao desconsiderar essa operação, portanto, o resultado da arrecadação em fevereiro seria 4,7% inferior ao do mesmo mês do ano passado.

    Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, os R$ 4,640 bilhões vieram de uma transferência de ativos entre empresas, pessoas jurídicas.

    Alegando confidencialidade da transação, Malaquias disse apenas que o acordo se deu no setor privado e que pode ser interpretado como um rearranjo societário.

    "O valor entrou no caixa de uma vez, mas isso não significa que a operação foi feita agora. Do total, o imposto de renda influenciou em R$ 3,5 bilhões e o recolhimento de PIS/Cofins em R$ 1,1 bilhão", afirmou.

    PERÍODO DE DOIS MESES

    No acumulado dos dois primeiros meses do ano, considerando a inflação, a arrecadação em 2015 fica inferior a de 2014, mesmo incluindo a receita extra.

    Foram recolhidos R$ 215,263 bilhões em janeiro e fevereiro de 2015, contra R$ 206.810 bilhões nos dois primeiros meses de 2014. Por causa da inflação no período, o resultado equivale a uma queda de 3,07%.

    Essa é a pior variação para o bimestre desde 2009, quando a queda na variação foi de 8,84%.

    Ao excluir a receita extraordinária de fevereiro desse acumulado, a variação negativa entre janeiro e fevereiro de 2015 e 2014 é de 5,14%, também a maior desde 2009.

    Malaquias destacou que os cálculos feitos e apresentados de forma separada servem para "dar toda transparência possível aos números e ao comportamento da arrecadação".

    "Essa é a orientação que a gente recebe do secretário da Receita, Jorge Rachid, e dos demais superiores. Para avaliar o desempenho adequado e correto da arrecadação", defendeu.

    Ainda segundo Malaquias, o desempenho negativo em janeiro e fevereiro "está em linha" com a necessidade do governo de realizar ajustes fiscais.

    "Se abrirmos a arrecadação, dos números que estão chegando, a arrecadação esta aquém dos patamares desejados. Há necessidade de demonstrar que o resultado foi negativo em janeiro e fevereiro", completou.

    Sem fazer projeções para os próximos resultados da arrecadação, a Receita informou apenas que ainda não houve uma reação da arrecadação diante dos ajustes nas alíquotas de impostos.

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