O dólar começou a quinta-feira (26) em alta e chegou a R$ 3,22 nos primeiros negócios, afetado pelas preocupações dos investidores com o exterior, marcado por conflito no Iêmen.
A moeda chegou a cair a R$ 3,17 com dados econômicos nos Estados Unidos, mas passou a oscilar entre altas e baixas.
Às 16h27, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,73%, para R$ 3,204. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 0,37%, para R$ 3,189.
Às 16h27, a Bolsa brasileira caía 2,42%, para 50.604 pontos.
EXTERIOR
O conflito no Iêmen preocupa nesta sessão. A Arábia Saudita e seus aliados começaram uma operação militar no país, que fica numa importante área de trânsito de navios entre Europa e o Golfo Pérsico.
Eles lutam contra rebeldes muçulmanos xiitas que tentam derrubar o presidente do Iêmen, elevando a preocupações sobre a segurança dos carregamentos de petróleo do Oriente Médio.
Nos EUA, dados econômicos mostram recuperação o país, mas ainda não afastam a expectativa de investidores de que os juros devem subir apenas a partir do terceiro trimestre, afirmam analistas ouvidos pela Folha.
Juros baixos por mais tempo nos EUA –hoje estão praticamente zero– contribuem para a permanência de investimentos estrangeiros em países emergentes, com o Brasil, que oferecem taxas mais altas para remunerar as aplicações, sendo considerados mercados de maior risco.
As encomendas de bens duráveis nos EUA diminuíram 1,4% em fevereiro em relação ao mês anterior. A estimativa era aumento de 0,2%.
"A economia americana segue apontando crescimento moderado, então o Fed (banco central americano) vai tomar cuidado antes de decidir elevar os juros no país", afirma Eduardo Velho, economista-chefe da gestora de recursos INVX Global Partners.
A queda, de acordo com analistas, indica que as empresas americanas continuam hesitando em investir diante de um cenário de desaceleração global.
No entanto, o número de americanos que fizeram novos pedidos de auxílio-desemprego caiu mais que o esperado na semana passada, enquanto a atividade do setor de serviços atingiu o maior nível em seis meses em março, destacando os fundamentos sólidos da economia dos Estados Unidos a despeito da recente fraqueza do crescimento.
RELATÓRIO DE INFLAÇÃO
Os investidores analisam também o relatório de inflação do Banco Central, com previsão de inflação acima do teto da meta neste ano e retração do PIB (Produto Interno Bruto). BC estimada que o PIB (Produto Interno Bruto) vá encolher 0,5% em 2015, na sequência de uma estagnação ou retração –queda estimada de 0,1%– em 2014.
"O relatório indica que estamos próximos do fim do aperto monetário para não prejudicar ainda mais o crescimento do país, mas reforça as expectativas de um aumento do juro básico de 0,50 ponto percentual, para 13,25%, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), em abril", diz Velho.
A avaliação é a mesma de Natalia Cotarelli, economista do BI&P. "O Banco Central está em um dilema entre elevar os juros e a atividade fraca no país. Mas como seu mandato é controlar a inflação, acreditamos em mais um aumento de 0,50 ponto percentual na reunião de abril e em nova alta de 0,25 ponto percentual no encontro seguinte", afirma.
BOLSA
As ações de Itaú e Bradesco –que, somadas, representam quase 20% do índice Ibovespa– caem nesta manhã. Às 16h26, os papéis do Itaú caíam 2,65%, para R$ 34,51. As ações do Bradesco tinham baixa de 2,99%, para R$ 35,33, no mesmo horário.
As ações da Petrobras caem no dia. Às 16h26, os papéis preferenciais –mais negociados e sem direito a voto– tinham baixa de 4,87%, para R$ 9,36. As ações ordinárias –com direito a voto– tinham queda de 4,83%, para R$ 9,25, no horário.