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    Anatel recebe contribuições sobre neutralidade na internet

    JULIA BORBA
    DE BRASÍLIA

    31/03/2015 16h12

    A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu nesta terça-feira (31) o processo de consulta pública para auxiliar a regulamentação da neutralidade de rede.

    Trata-se do ponto mais polêmico dentro do Marco Civil da Internet, que foi aprovado em abril do ano passado e que demanda uma regulamentação posterior.

    O Marco Civil da Internet foi considerado a "Constituição" da rede e estabeleceu princípios gerais, como liberdade de expressão e proteção de dados pessoais.

    Já a neutralidade é o princípio que impede a interferência deliberada dos provedores de internet na qualidade do serviço conforme o conteúdo acessado pelo usuário.

    Ou seja, sem essa regulamentação -ou diante de regras pouco claras– uma empresa poderia baixar a velocidade de um vídeo assistido por determinado site para forçar o acesso do usuário em uma página concorrente.
    Além da Anatel, o Ministério da Justiça já fez uma consulta sobre o tema assim como o CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil).

    Na agência reguladora, a discussão gira em torno, principalmente, de quatro elementos envolvidos pelo conceito de neutralidade: a prestação adequada de serviços; a relação entre os agentes; modelo de negócios; possibilidade de realizar comunicações de emergência e bloqueio de conteúdo a pedido do usuário.

    No processo, a Anatel faz alguns questionamentos para incentivar a participação das empresas e da sociedade em geral.

    Na lista estão perguntas como: é preciso elencar requisitos técnicos específicos para determinar a qualidade dos serviços? Como determinar que há qualidade na transferência de um e-mail e não há no streaming de um vídeo?

    Além disso, quais podem ser os tipos de condutas anticoncorrenciais que o regulamento deveria prever e prevenir? É preciso que o governo faça previsões limitando o modelo de negócio das empresas para evitar vantagens ou desvantagens para os agentes envolvidos, sejam eles consumidores ou empresas que usam a rede para oferecer seus produtos?

    E ainda: é possível dar prioridade para o trafego de informações de emergência? Como destacar esse tipo de informação das demais? Deve ser criada possibilidade do controle prévio para acesso de determinado conteúdo, como pornografia, redes sociais a pedido do usuário? Como forma de controle parental, por exemplo?

    A consulta pública ficará aberta até 4 de maio. Depois desse período, as sugestões e contribuições serão consolidadas pela área técnica da Anatel e submetida ao conselho diretor.

    O documento será usado como base para elaboração da regulamentação que não tem prazo previsto para ser anunciada.

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