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    Só investimentos em dólar e ouro batem inflação no trimestre

    DANIELLE BRANT
    TONI SCIARRETTA
    DE SÃO PAULO

    01/04/2015 02h00

    O ouro e os fundos cambiais lideraram o ranking de aplicações da Folha no primeiro trimestre, período em que poucos investimentos financeiros conseguiram superar a inflação no país.

    O trimestre foi marcado pela escalada da moeda americana devido à instabilidade política no país –Operação Lava Jato, embates no Congresso, manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, entre outros– e por dúvidas sobre quando os Estados Unidos voltarão a subir os juros, movimento que tende a retirar dinheiro de países como o Brasil.

    O dólar subiu 21% nos três primeiros meses de 2015. Foi a maior variação da moeda norte-americana vista em um primeiro trimestre desde 1999, após o fim do regime de câmbio fixo no Brasil.

    Apesar de os juros do governo (Selic) terem atingido 12,75% ao ano em março, maior patamar desde março de 2009, os fundos DI e os de renda fixa, que se beneficiam das taxas elevadas, perderam para a inflação.

    No trimestre, os fundos de rende fixa tiveram valorização de 2,47%, enquanto os fundos DI tiveram ganho de 2,23% no período.

    Em 12 meses, as altas foram de 9,93% e 9,41%, respectivamente. O levantamento considera o desempenho no período e desconta Imposto de Renda.

    O IPCA (índice oficial de inflação do governo) chegou a 2,48% apenas de janeiro até fevereiro (dado mais recente). Para março, a projeção do mercado é de alta de 1,4%. Nos últimos 12 meses (até fevereiro), o IPCA já soma 7,7%.

    A poupança teve valorização de apenas 1,75%. Em 12 meses, o ganho da caderneta somou 7,12%.

    Editoria de arte/Folhapress

    OURO E DÓLAR

    No lado oposto, o ouro teve uma valorização de 21,1% no trimestre e de 30,64% em 12 meses. Os motivos foram a alta do dólar e instabilidades geopolíticas no Oriente Médio e na Ucrânia, mas principalmente as compras da commodity feitas no ano passado pelos bancos centrais.

    Os fundos cambiais, que também seguem a moeda americana, subiram 17% no trimestre e 30,64% em 12 meses. O produto, que costuma ter custos elevados de taxa de administração, é uma alternativa para diversificação de investimentos e de proteção para pessoas com despesas em dólar. Quando adere ao dólar, o investidor abre mão do juro alto no Brasil.

    A pior aplicação foi em fundos de ações livres, alternativa para o pequeno investidor que deseja aplicar em Bolsa. O ganho foi de 1,43% no trimestre e de 6,49% em 12 meses, já descontado o IR. A Bolsa acumulou alta de 2,3% no Ibovespa no trimestre, enquanto em 12 meses o avanço é de 1,46%.

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