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    Brasil adere à ação que boicota empresas sem negros

    FERNANDA PERRIN
    DE SÃO PAULO

    06/04/2015 02h00

    O aumento do poder de consumo da população negra tem sido utilizado também como uma ferramenta de fortalecimento da comunidade e, em alguns casos, de boicote a empresas.

    A proposta do chamado "black money", conceito com origem nos Estados Unidos, é fazer o dinheiro circular entre consumidores e empreendedores negros e, paralelamente, boicotar negócios que não contratem ou publicidade que não represente negros.

    A Feira Preta, evento que acontece em São Paulo desde 2002, é uma das que aplica o "black money" no país.

    "Contratamos uma mão de obra prioritariamente negra, justamente para fazer circular dinheiro entre os negros. Não por militância exclusivamente, mas por inclusão social, cultural e econômica", afirma Adriana Barbosa, idealizadora do evento.

    "Se eu entro em uma loja e não há negros [trabalhando], eu não compro. A empresa tem que tomar consciência de que ela tem que atingir todos os públicos. Isso é fundamental para a sobrevivência de qualquer negócio", diz Patrícia de Jesus, fundadora da empresa de recursos humanos Empregueafro.

    Em oito anos de trabalho, a empresária diz que nunca teve uma empresa brasileira como cliente. Para ela, a preocupação com a diversidade é mais presente em multinacionais, influenciadas por uma cultura corporativa americana de inclusão.

    "A vice-presidente de recursos humanos da IBM veio ao Brasil e não viu [funcionários] negros", conta. A proposta de fazer um programa de inclusão no país partiu da executiva americana.

    Em dezembro, a loja de roupas Farm gerou polêmica ao postar no Instagram foto de uma modelo branca vestida de Iemanjá –orixá negra.

    Para críticos, o episódio foi exemplo do baixo número de modelos negras nas peças da empresa. A Farm respondeu que a coleção era uma homenagem à cultura negra.

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