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    Grupo ítalo-argentino quer anular na Justiça novo conselho da Usiminas

    DO VALOR
    DE SÃO PAULO

    07/04/2015 10h59

    O grupo ítalo-argentino Ternium-Techint afirmou, em protesto apresentado nessa segunda-feira (6), durante a assembleia geral extraordinária (AGE) que elegeu o novo conselho da Usiminas, que vai buscar as medidas legais cabíveis com vistas a corrigir "ilegalidades" praticadas durante o evento.

    O grupo, é acionista controlador da siderúrgica junto com Nippon Steel & Sumitomo, com a qual trava uma disputa pelo comando da Usiminas, e defende a anulação da AGE.

    "O sr. Paulo Penido, presidente da assembleia –que deverá ser pessoalmente responsabilizado por seus atos abusivos e ilegais– fabricou um procedimento híbrido de eleição (majoritário em relação aos candidatos do grupo de controle e "em separado" em relação aos candidatos indicados pelos acionistas minoritários)", diz a Ternium em protesto anexado à ata da AGE encaminhada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

    Na assembleia, o bilionário gaúcho Lírio Parisotto conseguiu eleger seu representante, o advogado Marcelo Gasparino, para a presidência do colegiado. Dessa forma, ele também ocupará uma cadeira no conselho, que estava vaga desde o fim de outubro.

    Na segunda-feira, a Folha apurou que Parisotto, que é acionista minoritário, só conseguiu seu lugar no conselho por causa da disputa entre Usiminas e Nippon Steel. Segundo outros acionistas, ele teria conseguido ascender graças ao apoio da Nippon Steel através de uma empresa ligada a ela, a Sankyu.

    A Ternium, que saiu derrotada na AGE, defendia a eleição de apenas sete conselheiros –no evento de ontem foram escolhidos oito membros para o conselho de administração– e aponta irregularidades no uso de ações da Sankyu.

    Além disso, menciona o bloqueio de bens de Marcelo Gasparino, que foi eleito presidente do conselho, em uma ação do Ministério Público de Santa Catarina pela época em que era diretor da Celesc.

    No documento, o grupo Ternium-Techint manifesta "repúdio" contra os atos praticados por Paulo Penido e "se reserva o direito de buscar as medidas legais cabíveis voltadas à correção da inúmeras ilegalidades por ele praticadas na eleição do conselho de administração por esta assembleia, dada sua manifesta nulidade".

    A Ternium também questiona a participação da Sankyu na assembleia como acionista minoritário comum –a AGE foi convocada por um grupo de acionistas minoritários ordinaristas– a despeito de seus "estreitos e indiscutíveis laços históricos, societários e comerciais" com a Nippon Steel & Sumitomo.

    "Apesar de todos os acionistas integrantes do grupo de controle terem votado contrariamente à eleição de Lírio Parisotto e Marco Antonio Bologna, o presidente do conselho de administração da companhia, ao arrepio da lei, desconsiderou os mais de 380.766.434 votos contrários à eleição daqueles senhores, fazendo prevalecer os pouco mais de 22.619.746 de votos (aí incluídos os decisivos 9.147.100 de votos da Sankyu) para eleger Lírio Parisotto como conselheiro de administração", afirma a Ternium no protesto.

    GUERRA

    O presidente do conselho desconsiderou esses 380.766.434 votos, oriundos dos acionistas controladores, pelo fato de Ternium e Nippon Steel não terem chegado a um consenso (conforme exige o acordo de acionistas) sobre os nomes em votação na AGE nem sobre indicação de nome comum. Sendo assim, declarou impedidos e sem efeito os seus votos na assembleia, prevalecendo os votos do minoritários.

    Nippon e Ternium estão em guerra aberta desde que os japoneses destituíram o comando da Usiminas, que havia sido indicado pelos italianos. Parisotto aproveitou a brecha para ganhar espaço.

    Casado com a modelo Luiza Brunet, o empresário gaúcho é dono da Videolar, que produz CDs e DVDs em Manaus, da corretora de valores Geração Futura e também tem forte atuação como investidor profissional em diferentes companhias.

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