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    Petrobras deve divulgar balanço de 2014 até dia 20 de abril

    LEONARDO SOUZA
    ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    09/04/2015 02h00

    O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, pretende publicar o balanço da companhia referente a 2014 até o dia 20 deste mês. Segundo a Folha apurou, ele pediu ajuda ao governo para que uma audiência pública marcada no Senado no dia 15 seja adiada para a semana seguinte.

    A audiência foi aprovada nesta terça (7), a partir de requerimentos dos senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Tasso Jeiressati (PSDB-CE). O objetivo é que Bendine explique quais medidas estão sendo adotadas para tirar a estatal da atual crise financeira e de confiança.

    Ao saber da data, Bendine pediu a transferência para a semana seguinte, sob o argumento de que, se comparecer ao Congresso antes da publicação do balanço, não poderá responder às perguntas dos congressistas.

    Isso acontece porque os órgãos reguladores do mercado de capitais impedem que executivos deem informações no período que antecede a divulgação de balanço.

    O documento auditado deveria ter sido apresentado até 31 de março. Mas segue em atraso porque a empresa precisou submeter à SEC (reguladora do mercado de capitais dos EUA) os critérios para descontar do valor dos ativos a perda com corrupção, citada por delatores ouvidos na Operação Lava Jato.

    REUNIÃO MARCADA

    Uma reunião do conselho de administração da empresa está agendada para o próximo dia 17, mas pode ser antecipada para o dia 15 ou adiada para o dia 20, segundo apurou a Folha.

    A pauta do encontro ainda não foi enviada aos conselheiros, mas, entre eles, há expectativa de que o balanço lhes seja submetido.

    Segundo conselheiros ouvidos pela Folha, ainda que o diretor financeiro não tenha prometido entregar as demonstrações financeiras até o fim de abril, há um esforço para concluir o documento antes da assembleia de acionistas, marcada para o dia 29.

    A assembleia não poderá aprovar as contas da empresa nesse dia, porque, pela lei, é necessário apresentar o balanço 30 dias antes da reunião dos acionistas.

    No entanto, apresentá-lo antes ajudaria a acalmar os ânimos dos investidores. Também permite atender as normas americanas para empresas que negociam ativos nas Bolsas daquele país e evitar o vencimento antecipado de dívidas –algo que traria enormes transtornos ao caixa da empresa.

    O balanço precisará ser auditado e aprovado pela PwC antes de ser submetido ao conselho. A proposta da Petrobras enviada para a aprovação da SEC leva em conta um desconto no valor dos ativos citados nas delações da Lava Jato de 3% –a porcentagem mais alta mencionada pelos acusados do esquema.

    O ajuste no valor dos ativos só aparecerá de forma individualizada no caso dos que tenham sido postos à venda ou paralisados. A Folha apurou que o valor dos descontos deve aparecer nas notas explicativas do balanço.

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