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    Empresa descobre 100 bilhões de barris de petróleo perto de Londres

    CLAER BARRETT
    DO "FINANCIAL TIMES"

    10/04/2015 14h37

    Uma pequena companhia britânica de exploração de petróleo afirma que pode haver 100 bilhões de barris de petróleo no subsolo do sudeste da Inglaterra, depois de perfurar um poço perto do aeroporto de Gatwick.

    As ações da UK Oil & Gas Investments (UKOG), companhia de exploração de petróleo cotada na bolsa Aim, dispararam ontem depois que ela anunciou que a bacia de Weald detinha 61,7 milhões de barris de petróleo por quilômetro quadrado, como resultado de um poço de prospecção que ela perfurou em Horse Hill, Surrey.

    Analistas do setor expressaram ceticismo quanto às afirmações, e sobre o volume de petróleo que poderia ser extraído da área de modo economicamente atraente.

    David Lenigas, presidente do conselho da UKOG, extrapolou que a bacia como um todo poderia conter "múltiplos bilhões de barris", e que estava se transformando em "um ativo potencialmente estratégico para o Reino Unido".

    "A coisa mais importante quanto a essa descoberta é o que o Reino Unido e o governo britânico desejam fazer sobre esse ativo estratégico", ele declarou em entrevista à BBC News. "Nosso papel foi só encontrar o petróleo".

    O entusiasmo dele contrasta com um relatório do Levantamento Geológico Britânico, em maio do ano passado, que estimava que havia 4,4 bilhões de barris de petróleo de xisto betuminoso na bacia de Weald, mas alertava que "não se sabia" que proporção dessas reservas poderia ser extraída comercialmente, porque a impressão é de que ela estivesse presente em rochas.

    A UKOG afirmou que as mais recentes técnicas de extração de petróleo haviam "mudado de maneira abrangente a compreensão quanto aos potenciais recursos petroleiros da área".

    Lenigas admitiu que era impossível dizer que proporção do óleo poderia ser recuperada até que sejam conduzidos testes de fluxo no poço de 30 metros de profundidade, mas disse que havia licenças "em processo de aprovação" para que isso acontecesse este ano.

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    Analistas do setor questionaram as afirmações da companhia, cuja capitalização de mercado é de pouco mais de 48 milhões de libras e é a mais recente das diversas pequenas empresas de exploração de petróleo em que Lenigas está envolvido.

    Malcolm Graham-Wood, sócio fundador da Hydrocarbon Capital, uma consultoria de petróleo, disse que "eu ainda não em empolgaria muito. Estamos bem no começo do processo. A proporção de petróleo extraível que eles estão propondo é de entre 3% e 15%, mas o aspecto físico de extrair petróleo desse tipo de pedra calcária está longe de comprovado".

    O nível de protesto contra o uso de técnicas de fratura hidráulica no sudeste da Inglaterra poderia ser outro impedimento. Lenigas afirmou à BBC que outros poços estão em operação na área há décadas sem protestos das comunidades locais.

    "Não vamos ter uma operação ao estilo dos Estados Unidos", ele afirmou, acrescentando que a infraestrutura para extrair o petróleo seria "discreta". As ações da UKOG fecharam com alta de 169%, a 2,38 pence.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    Peter Nicholls/Reuters
    Equipe de televisão grava um poço exploratório em Surrey, ao sul de Londres, próximo ao aeroporto de Gatwick
    Equipe de televisão grava um poço exploratório em Surrey, ao sul de Londres, próximo a aeroporto

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