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    CUT e sindicatos programam atos em 24 capitais contra terceirização

    CLAUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    14/04/2015 21h12

    Metalúrgicos, bancários, petroleiros, portuários e trabalhadores representados por sindicatos filiados a CUT, Conlutas, CTB, Nova Central e Intersindical prometem manifestações nesta quarta-feira (15) em 24 capitais do país contra o projeto de lei que amplia e regulamenta a terceirização no país.

    Paralisações parciais devem ocorrer em quatro montadoras do ABC paulista –Ford, Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen a partir da entrada do primeiro turno, por volta de 6h30– e em fábricas de São José dos Campos e cidades do interior de SP.

    Rodovias paulistas podem ser alvo de passeatas de trabalhadores urbanos e rurais, ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), segundo apurou a Folha.

    Chamado de "Dia Nacional de Paralisação", o protesto foi convocado pela CUT e tem adesão de movimentos populares e do campo.

    "A realidade da terceirização não é a da modernidade. Ao contrário, ela destrói as condições de trabalho", disse Moisés Selerges, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. "Hoje, a terceirização visa a obtenção de lucros. Por isso, empresários querem terceirizar até a alma, como prevê o PL 4.330."

    PROTESTOS EM SP

    Em São Paulo, a concentração está prevista para ocorrer às 15h desta quarta-feira em frente à sede da Fiesp, federação que representa as indústrias de São Paulo, na avenida Paulista.

    Segundo dirigentes da CUT, bonecos que representam políticos que estão "trabalhando" para aprovar o projeto serão queimados durante a manifestação.

    Devem participar do protesto militantes ligados a movimentos por moradia –como a CMP (Central dos Movimentos Populares)- que farão uma caminhada até a sede da Caixa, em São Paulo.

    No largo da Batata, manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e outros movimentos sociais devem vir em passeata e se juntar ao ato na Paulista.

    ADESÃO

    De acordo com Eduardo Guterra, presidente da Federação Nacional dos Portuários e dirigente da CUT, os trabalhadores dos portos de Santos (SP), Rio (RJ), Vitória (ES), Salvador (BA), Recife (PE), Rio Grande (RS) e Belém (PA) decidiram que devem fazer operação padrão e atos públicos em frente às empresas portuárias para marcar o dia de protesto.

    Segundo José Maria de Almeida, integrante da coordenação do Conlutas, além dos metalúrgicos do interior paulista, representados pela central, operários da construção civil de Fortaleza e Belém e motoristas de ônibus do Ceará também devem aderir aos protestos desta quarta-feira.

    Entre os petroleiros, pode haver paralisação na refinaria de Paulínia (SP).

    MOTIVOS

    As centrais e movimentos populares entendem que, com a aprovação do projeto de lei, o trabalhador contratado diretamente por uma empresa poderá ser demitido para que um terceirizado seja contratado, "com diminuição de salários, de direitos e aumento da jornada de trabalho".

    Já as entidades empresariais e defensores do projeto informam que haverá mais segurança jurídica para as empresas contratarem e maior proteção social aos terceirizados.

    O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que o projeto " não traz benefícios nem para a economia brasileira nem para os trabalhadores".

    De acordo com o sindicalista, "ele garante única e exclusivamente tranquilidade jurídica porque o projeto impede ações na Justiça e muito mais lucros para os empresários".

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