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    Manifestantes protestam contra a terceirização na avenida Paulista

    JULIANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    15/04/2015 11h47

    Militantes bloquearam uma faixa e protestam em pontos da avenida Paulista na tarde desta quarta-feira (15) contra projeto de lei (PL 4330) que amplia a terceirização no país para qualquer atividade de uma empresa. A pista foi liberada por volta das 18h e, desde então, o trânsito de veículos foi normalizado.

    Os manifestantes se reuniram no vão do Masp e em frente ao prédio da Fiesp (Fundação das Indústrias do Estado de São Paulo).

    Cerca de 300 pessoas bloquearam o acesso principal ao prédio da Fiesp por volta das 16h20. Funcionários utilizaram uma entrada alternativa pela Alameda Santos. A estimativa do número de manifestantes é dos organizadores do evento e é considerada "realista" pela Polícia Militar.

    Eles fazem parte dos atos nacionais contra o projeto de lei, que chegam a 23 Estados e Distrito Federal e a 47 cidades. As entidades programam atos em 24 capitais.

    Vagner Freitas, presidente da CUT presente no protesto critica argumentos do presidente da Fiesp Paulo Skaf de que a terceirização não afetaria direitos trabalhistas e ampliaria as contratações.

    "Se o salário e o direito fossem os mesmos com a terceirização, o patrão não teria economia terceirizando a atividade fim. Para que pagar tudo ao trabalhador e ainda o lucro de uma empresa mediadora?", questiona.

    Entidades empresariais defensoras do projeto informam que haverá mais segurança jurídica para as empresas contratarem e maior proteção social aos terceirizados.

    Além daqueles reunidos em frente à Fiesp, outros 200 militantes –estimativa da Polícia Militar– de movimentos por moradia popular se reúnem no vão livre do Masp.

    Eles pretendem seguir até a Caixa Econômica, na avenida Paulista. Além de protestarem contra o projeto de lei, pedem o lançamento da terceira etapa do programa Minha Casa Minha Vida.

    Para Evaniza Rodrigues, da União Nacional por Moradia Popular, que participa do protesto, a lei "empurra os pobres para a miséria".

    Nesta terça, impasse no Congresso adiou a votação do projeto de lei que flexibiliza as leis trabalhistas e amplia a terceirização. Entidades como CTB, Conlutas, Nova Central e Intersindical –além da CUT– são contrárias ao projeto.

    Pelo final da manhã, às 11h40, a CET informou que um protesto contra a lei chegou a fechar dois pontos da Avenida Paulista no sentido Consolação, em frente ao vão do Masp.

    Fantasiados do personagem Ronald McDonald, os manifestantes da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) fecharam duas faixas sentido Consolação protestando também em apoio aos trabalhadores de Fast Food pelo mundo.

    Um outro grupo, da União Geral dos Trabalhadores, fechou também pela manhã uma faixa da avenida Paulista em frente ao prédio da Fiesp, no sentido Paraíso.

    Às 9h50, manifestantes com cartazes e bandeiras fizeram uma manifestação na estação Butantã, Linha 4-amarela do metrô.

    O ato durou cerca de 15 minutos e, segundo a Via 4, que administra a linha, foi pacífico, sem interferência no fluxo dos usuários. Os manifestantes não chegaram a passar pela catraca.

    AEROPORTO DE GUARULHOS

    Das 7h às 9h30, cerca de 150 manifestantes com faixas da CUT (Central Única dos Trabalhadores) fizeram um protesto às margens da rodovia Hélio Smidt, que dá ao acesso ao aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.

    Ao menos 5.000 trabalhadores da Ford, Volkswagen, Mercedes-Benz e Scania se reuniram em dois pontos diferentes da rodovia Anchieta, na altura dos km 14 e 21, sentido Santos-capital, e caminharam por cerca de duas horas. Eles interditaram a pista, que foi liberada por volta de 9h30.

    Das 6h55 às 7h55, cerca de 100 integrantes do movimento Luta Popular bloquearam a rodovia Anhanguera na altura do km 19, sentido São Paulo, informou o Grupo CCR, que administra a via.

    O tráfego chegou a ser desviado na altura do km 50 para a rodovia dos Bandeirantes. Após liberarem a pista principal, os manifestantes bloquearam a pista marginal. Essa foi liberada às 8h22.

    O Luta Popular reivindica acesso a moradia via três ocupações em São Paulo e Osasco, na Grande São Paulo e se juntou aos protestos contra a terceirização.

    Em São Paulo, trabalhadores da USP (Universidade de São Paulo) bloquearam por volta das 7h a avenida Afrânio Peixoto, próximo ao portão da universidade, zona oeste de São Paulo.

    PROTESTOS PREVISTOS EM SÃO PAULO

    Paralisações parciais devem ocorrer ainda em quatro montadoras do ABC paulista -Ford, Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen- e em fábricas de São José dos Campos e outras cidades do interior de SP.

    Segundo Silvestre, coordenadora do movimento Luta Popular, duas ocupações planejavam bloqueios pela manhã na estrada do M'Boim Mirim, próximo à avenida dos Funcionários Públicos e na avenida Interlagos, próximo ao hospital Pedreira.

    Uma concentração está prevista para ocorrer às 15h desta quarta-feira em frente à sede da Fiesp, federação que representa as indústrias de São Paulo, na avenida Paulista.

    Segundo dirigentes da CUT, bonecos que representam políticos que estão "trabalhando" para aprovar o projeto serão queimados durante a manifestação.

    Devem participar do protesto militantes ligados a movimentos por moradia -como a CMP (Central dos Movimentos Populares)- que farão uma caminhada até a sede da Caixa, em São Paulo.

    No largo da Batata, manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e outros movimentos sociais devem vir em passeata e se juntar ao ato na Paulista.

    Às 16h30, o movimento Luta Popular, que parou a Anhanguera pela manhã, pretende usar 10 ônibus para levar cerca de 500 pessoas ao ato no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo. Segundo Silvestre, os manifestantes podem fechar vias na região.

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