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    Dólar cai após preocupação do Fed com moeda forte; Petro tem 5ª alta

    DE SÃO PAULO

    15/04/2015 17h31

    O dólar fechou em baixa nesta quarta-feira (15) após documento do banco central americano expressar preocupação da autoridade monetária com o impacto da valorização da moeda no crescimento nos Estados Unidos.

    Em seu Livro Bege, o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) afirma que o enfraquecimento na demanda por produtos manufaturados nos EUA está relacionado ao "dólar forte, à queda dos preços do petróleo e ao inverno rigoroso".

    O documento afirmou ainda que a atividade econômica nos EUA continuou se expandido entre meados de fevereiro e final de março. A maioria dos bancos centrais regionais descreveu o crescimento como progredindo de forma moderada ou modesta.

    Das 24 principais moedas emergentes, 15 caíram em relação ao dólar.

    O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em baixa de 0,95%, para R$ 3,051. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve queda de 0,91%, para R$ 3,035.

    O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, renovou o maior patamar em quase cinco meses. O índice subiu 1,74%, para 54.918 pontos, maior pontuação desde 26 de novembro do ano passado. A alta foi impulsionada pela valorização de mais de 6% dos papéis da Petrobras, que tiveram o quinto avanço seguido.

    Ainda nos EUA, a produção industrial teve, em março, a maior queda em mais de dois anos e meio, pressionada por uma redução na produção em mineração e concessionárias de serviços públicos, oferecendo novas evidências de que o crescimento econômico desacelerou com força no primeiro trimestre.

    A produção industrial caiu 0,6% em março em relação ao mês anterior, após ter avançado 0,1% em fevereiro, informou nesta quarta-feira o Federal Reserve (Fed, banco central americano). O recuo de março foi o maior desde agosto de 2012.

    "A atividade econômica veio mais fraca, o que indica uma ideia de que os juros não vão subir tão cedo nos Estados Unidos", afirma Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

    Na China, o PIB veio de acordo com o esperado pelos analistas e subiu 7% no primeiro trimestre do ano, o menor crescimento em seis anos.

    "A leitura desses números é que o processo de desaceleração da economia chinesa é notório e demanda ações mais fortes do governo que só tem conseguido amenizar uma queda mais contundente da atividade", afirma Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets.

    Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) deixou as taxas de juros inalteradas na zona do euro, nas mínimas recordes, conforme implementa um esquema de impressão de dinheiro para impulsionar a economia.

    BRASIL

    Investidores também analisaram o índice de atividade econômica medido pelo Banco Central, o IBC-Br, que surpreendeu em fevereiro e subiu 0,36% em relação a janeiro –maior alta desde meados do ano passado.

    Em janeiro, houve queda de 0,11% na comparação mensal. No ano o IBC-Br acumula queda de 1,10%. Na comparação com fevereiro de 2014, porém, o índice caiu 0,86%, e em 12 meses recuou 0,60%.

    "O dado foi positivo para o dia, porque tirou a pressão de uma retração, mas não trouxe melhoras para a perspectiva do desempenho da economia brasileira neste ano", diz Bruno Piagentini, analista da Coinvalores.

    "A queda do dólar tem a ver com todo o pessimismo que a gente vinha assistindo, um massacre diário na parte política. Agora, o [ministro da Fazenda Joaquim] Levy tomou as rédeas da negociação e mostrou a realidade que o governo não conseguia mostrar para o congresso, que ao vetar projetos do ajuste fiscal estava prejudicando não o governo, mas o Brasil", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    BOLSA

    As ações da Petrobras subiram pelo quinto dia seguido, ainda sob a expectativa pela divulgação do balanço auditado, no próximo dia 22.

    Os papéis preferenciais da petrolífera, os mais negociados e sem direito a voto, tiveram alta de 6,73%, para R$ 13,33. No mesmo horário, as ações ordinárias, com direito a voto, subiram 7,87%, para R$ 13,43.

    Nesta quarta-feira ocorre o vencimento de opções sobre o índice Ibovespa, o que geralmente o volume financeiro negociado no dia.

    Folhainvest

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