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    Dólar fecha em queda pelo terceiro dia, a R$ 3,02, por cenário externo

    DE SÃO PAULO

    16/04/2015 17h38

    O dólar fechou em baixa pelo terceiro dia seguido – e chegou a atingir R$ 3 durante os negócios, tanto na cotação à vista, referência no mercado financeiro, quanto na comercial, usada no comércio exterior– nesta quinta-feira (16), acompanhando a tendência de desvalorização da moeda americana no exterior.

    Um aumento inesperado dos novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos e dados fracos do setor de serviços no Brasil afetaram o mercado de câmbio.

    Das 24 principais moedas emergentes, 21 se valorizaram ante o dólar.

    No Brasil, o dólar à vista registrou queda de 0,96%, para R$ 3,022. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, fechou com baixa de 0,59%, para R$ 3,017.

    A última vez em que o dólar fechou abaixo de R$ 3 foi em 4 de março deste ano.

    O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou em baixa de 0,45%, para 54.674 pontos. Os papéis Petrobras interromperam sequência de cinco altas e caíram (leia abaixo).

    EXTERIOR

    O número de americanos que entraram com pedido de auxílio-desemprego surpreendeu os analistas e aumentou em 12 mil na semana até o último dia 11, para 294 mil, segundo dados ajustados sazonalmente (descontadas influências típicas de cada período, como o número de feriados) do Departamento do Trabalho do país.

    "É mais um dado negativo. Desde o começo do ano, os dados de economia americana estão decepcionando. Mas, nos últimos anos, o primeiro trimestre tem sido fraco, em razão do inverno rigoroso. A tendência é que o mercado de trabalho e a economia americana como um todo se fortaleçam nos próximos trimestres", diz Fabio Lemos, analista da São Paulo Investments.

    A melhoria do mercado de trabalho é uma das condições estabelecidas pelo banco central americano para elevar os juros no país.

    Enquanto os juros nos EUA se mantiverem em patamares baixos, como o de hoje, investidores tendem a preferir manter dinheiro aplicado em países emergentes, com o Brasil, que oferecem taxa de remuneração maior.

    Diante da perspectiva de mais entrada de dólares no Brasil, o preço da moeda cai em relação ao real.

    Na Grécia, continua o impasse envolvendo o pagamento das parcelas de empréstimos tomados pelo país de credores. Hoje, o governo grego negou ter pedido ao FMI (Fundo Monetário Internacional) o adiamento do pagamento de empréstimos.

    BRASIL

    No Brasil, a receita do setor de serviços registrou o pior desempenho desde 2012, após crescer 0,8% –sem descontar a inflação– em fevereiro.

    Para Lemos, da São Paulo Investments, o dado reforça a tendência de desaceleração do país. "Os fundamentos da economia brasileira estão começando a piorar agora. Há um cenário de inflação elevada, reajustes nas tarifas de energia elétrica que podem afetar o consumo, além de outros indicadores negativos na economia brasileira", afirma.

    Os investidores também estão aguardando os resultados da reunião dos ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de países do G20 (grupo que reúne as 20 principais economias do mundo). O encontro continua nesta sexta-feira.

    "O mercado está acompanhando para ver como vai ser o desempenho do [ministro da Fazenda Joaquim] Levy na reunião, para saber se o Brasil conseguirá atrair investidores, com uma melhora na credibilidade do país", afirma Tarcisio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista.

    BOLSA

    Após ter atingido o maior patamar em quase cinco vezes, a Bolsa caiu afetada por um mau humor generalizado no mercado. "Não houve nada que sinalizasse um aumento da aversão ao risco no país, apenas investidores avaliando que o mercado já subiu muito e que estava na hora de colocar o dinheiro no bolso", afirma Alexandre Wolcwaz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer.

    As ações da Petrobras caíram após seis sessões seguidas de alta, mas a tendência ainda é de valorização dos papéis até a divulgação do balanço auditado da companhia, previsto para a próxima semana, afirma Linican Monteiro, executivo da equipe da análises da UM Investimentos.

    No entanto, Fabio Lemos, da São Paulo Investments, adverte de que a situação da empresa ainda é complicada.

    "A publicação do balanço diminui o risco de antecipação da dívida que a Petrobras não tem como pagar. Mas não muda o fundamento da empresa. Por outro lado, a estatal está indo a mercado e oferecendo uma série de ativos, o que ajuda a reforçar a percepção de que consegue gerar caixa sem precisar ir a mercado fazer uma emissão de ações", destaca.

    Os papéis preferenciais da estatal, os mais negociados e sem direito a voto, fecharam em baixa de 3%, para R$ 12,93. Os papéis ordinários, com direito a voto, tiveram queda de 1,86%, para R$ 13,18.

    As ações da Gafisa lideraram as altas do Ibovespa, após subirem 4,42%, para R$ 2,60. No sentido contrário, os papéis da Metalurgica Gerdau tiveram queda de 5,09%, para R$ 10,26.

    Folhainvest

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