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    Após três quedas, dólar sobe e atinge R$ 3,07 por inflação nos EUA

    DE SÃO PAULO

    17/04/2015 11h11

    Depois de cair por três dias seguidos, o dólar voltou a subir nesta sexta-feira (17), e chegou a R$ 3,072.

    Pesam preocupações de investidores com o aumento de preços ao consumidor nos Estados Unidos em março e também o impasse entre o governo grego e seus credores envolvendo a negociação de empréstimo ao país.

    Nos Estados Unidos, os preços ao consumidor subiram 0,2% em março, pressionados pelo aumento do custo da gasolina e de moradias. Em fevereiro, o índice também tinha tido alta de 0,2%. A inflação é um dos dados observados pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) na hora de definir sua política monetária.

    Às 14h25, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 1,55%, para R$ 3,068. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, subia 1,22%, para R$ 3,054.

    Das 24 principais moedas emergentes, 11 se desvalorizavam em relação ao dólar às 14h25.

    Às 14h26, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha queda de 0,90%, para 54.181 pontos.

    EXTERIOR

    Apesar do aumento em março, os preços ao consumidor nos EUA vieram de acordo com as previsões, afirma Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

    "Se o dado tivesse superado as expectativas, o dólar estaria se fortalecendo mais. Mas vale ressaltar que o mercado de trabalho ainda é o fator que mais sensibiliza o Fed em sua condução dos juros nos Estados Unidos", afirma.

    O Fed já deixou claro em vários comunicados que pretende evitar uma pressão sobre a inflação. O dado desta sexta reforça a perspectiva de um aumento dos juros nos Estados Unidos ainda neste ano. Com os juros mais altos nos EUA, os investidores tendem a retirar dinheiro aplicado em emergentes, como o Brasil, e direcionar para os títulos americanos, considerados mais seguros.

    Diante da perspectiva de saída de dólares no mercado brasileiro, o preço da moeda americana sobe em relação ao real.

    Ainda nos EUA, a confiança do consumidor aumentou mais do que o esperado em abril, mostrou pesquisa da Universidade de Michigan divulgada nesta sexta-feira. A leitura preliminar de abril do índice geral da confiança do consumidor atingiu 95,9, ante 93,0 em março. Analistas esperavam 94,0.

    Por outro lado, as preocupações com a Grécia persistem e aumentam a aversão de investidores a aplicar em Bolsa. Há dúvidas sobre a capacidade do país de obter um empréstimo e saldar suas dívidas.

    "O cerco está se fechando sobre a Grécia. O prazo está passando e não se sabe o que vai acontecer com o país, se a Grécia vai se manter na zona do euro ou não. Por isso, os investidores procuram zonas mais seguras, como o dólar, e o mercado de ações acaba sendo contaminado", ressalta Figueredo.

    BRASIL

    No Brasil, a prévia da inflação oficial subiu 8,22% em 12 meses, o maior nível desde o período terminado em janeiro de 2004, quando houve alta de 8,46%.

    Quando considerado apenas o mês de abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), teve alta de 1,07%, uma desaceleração em relação a março, quando o aumento foi de 1,24%.

    "A política monetária de aumento de juros já está começando a surtir algum efeito. A desaceleração em abril já era esperada. A curva de desaceleração deve ganhar força no segundo semestre, quando a política monetária vai ter ainda mais força sobre o aumento de preços", avalia Figueredo.

    Em linhas gerais, o aumento de juros tem entre seus impactos a elevação dos custos de empréstimos. Com o crédito mais caro, o consumo tende a diminuir, reduzindo a pressão sobre os preços.

    BOLSA

    As ações da Petrobras, que abriram em baixa, passaram a subir, após a estatal ter anunciado na noite de quinta-feira (16) que vai divulgar o balanço no próximo dia 22.

    Às 14h26, os papéis preferenciais da petrolífera, os mais negociados e sem direito a voto, tinham alta de 1,46%, para R$ 13,12. No mesmo horário, as ações ordinárias, com direito a voto, tinham valorização de 1,66%, para R$ 13,40.

    "Se as ações da Petrobras conseguirem força para subir, podem contaminar o índice, que vai para terreno positivo. Qualquer movimentação mais forte pode conduzir o mercado. Se as ações subirem, pode ser que mercado venha a melhorar de humor", ressalta o analista da Clear Corretora.

    Às 14h26, apenas 12 das 68 ações do Ibovespa subiam no mercado brasileiro. A maior queda no horário era das ações da Gerdau, com perda de 4,47%.

    Folhainvest

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