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    Deficitário no país, banco HSBC estuda sair do Brasil, diz jornal

    DO "FINANCIAL TIMES"
    DE SÃO PAULO

    18/04/2015 02h00

    O banco britânico HSBC estuda sair de países emergentes, como o Brasil e a Turquia, onde lucra pouco e tem uma participação de mercado pequena demais para competir com os rivais locais, segundo fontes ouvidas pelo jornal "Financial Times".

    O novo plano estratégico do HSBC, que será detalhado em junho, prevê a venda das operações de varejo no Brasil, país em que ficaria só com o atendimento a grandes empresas e o financiamento ao comércio exterior.

    No Brasil, o banco britânico é o sexto maior em ativos, tem 853 agências focadas na clientela de alta renda e emprega 21.479 funcionários. Tem ainda a financeira Losango, que financia compras na agência de turismo CVC e nas lojas Hering e Colombo.

    A Losango está à venda há pelo menos quatro anos, mas o negócio nunca saiu porque o banco pede um valor considerado muito elevado.

    Editoria de arte/Folhapress

    Os rumores sobre a saída do HSBC aumentaram em março, após o banco ter reportado prejuízo líquido de R$ 549 milhões em 2014; no ano anterior, tinha lucrado R$ 411 milhões no país.

    Desde que o espanhol Santander comprou em 2007 o antigo Banco Real, o HSBC ficou pequeno demais para competir no país. Focou o segmento de alta renda, tentou vender a Losango,mas a reestruturação ainda não deu resultado.

    Os principais interessados na operação brasileira são Bradesco e Itaú, que também disputavam a Losango.

    Além de sair do varejo brasileiro, o HSBC também pretende deixar a Turquia e vender outros negócios de baixo desempenho, incluindo parte do banco de investimento.

    ESCÂNDALO

    A mudança no plano estratégico ocorre após uma série de escândalos em sua filial suíça (conhecida por Swissleaks ) –o banco é suspeito de ter ajudado clientes, incluindo brasileiros, a sonegar impostos.

    Até 2011, o HSBC apostava na expansão dos negócios nos mercados emergentes, especialmente na Ásia.

    Os detalhes do novo plano estratégico serão divulgados pelo presidente mundial do HSBC, Stuart Gulliver, em encontro com os investidores previsto para 6 de junho.

    Os acionistas do HSBC parecem inclinados a receber bem a nova estratégia de Gulliver, que já vendeu as operações em dez países desde que assumiu em 2011.

    Na divulgação dos resultados anuais, Gulliver admitiu que as operações do banco no México, Brasil, EUA e Turquia eram deficitárias e seriam colocadas em revisão.

    Um executivo financeiro disse que o HSBC já havia começado a buscar potenciais compradores para boa parte de sua operação na Turquia.

    Procurado para comentar o caso, o HSBC Brasil afirmou que não comenta rumores.

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