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    Promessa de balanço da Petrobras derruba juros dos títulos no exterior

    DO RIO

    18/04/2015 02h00

    A promessa de apresentar os balanços do terceiro trimestre e do ano de 2014, a queda do dólar e a recuperação no preço do petróleo derrubaram os juros dos "bonds" –títulos da dívida Petrobras negociados no exterior.

    Um deles voltou ao patamar de outubro, antes de a estatal informar que não fecharia o balanço do terceiro trimestre porque teria que aprofundar as investigações sobre o esquema de corrupção denunciado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa à Justiça.

    A Petrobras emite "bonds" no exterior para levantar recursos com investidores, pagando, para isso, taxas, ao longo de até 30 anos, dependendo do título. Esses papéis costumam ser negociados entre investidores, no chamado mercado secundário –as taxas de retorno oscilam segundo a conjuntura.

    Com a não apresentação do balanço da estatal, iniciou-se uma trajetória de alta no retorno de seus títulos. O pico das taxas ocorreu entre fevereiro e meados de março, depois de a empresa ter perdido o grau de investimento pela agência de risco Moody's. Desde então, vêm caindo.

    Títulos que vencem em março de 2018 saíram de 6% de retorno ao ano, em outubro, para 8,3%, em março, e agora estão em 5%.

    Papéis que vencem em janeiro de 2025 estavam em 4% em outubro, bateram em 6,9% em março e, na última semana, recuaram para 5%.

    A alta conjuntural do retorno dos "bonds" não aumenta a dívida da Petrobras com os donos dos papéis. "Porém, a evolução das taxas no mercado secundário revela o humor dos credores com a empresa e em quais condições ela conseguiria captar naquele momento", diz André Gordon, gestor da GTI Investimento.

    A gestora está indicando dois dos quatro nomes que concorrem às duas vagas do conselho de administração da Petrobras destinadas a acionistas minoritários.

    Sem balanço, a Petrobras vinha evitando emitir bonds. A Folha apurou que emitir tais títulos, este ano, está fora de cogitação, para evitar o mau humor do mercado. A preferência serão os empréstimos com instituições financeiras, como o obtido com Caixa, BB e Bradesco –anteriormente ela havia fechado acordo com o Banco de Desenvolvimento da China.

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