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    Dólar se desvaloriza pelo quinto dia e atinge R$ 2,90 seguindo exterior

    DE SÃO PAULO

    27/04/2015 11h34

    O dólar cai pelo quinto dia seguido, e atingiu R$ 2,90 nesta segunda-feira (27), acompanhando o cenário externo. A desaceleração do setor de serviços dos Estados Unidos em abril contribui para a baixa da moeda americana, por indicar queda no crescimento de novos negócios, o que sugere uma recuperação mais lenta no país.

    Além disso, um otimismo com a possibilidade de a Grécia chegar a um acordo com seus credores após trocar a equipe de negociadores e também notícias de que a China está trabalhando em um programa de estímulos animam os investidores.

    Das 24 principais moedas emergentes, 17 se valorizavam em relação ao dólar às 14h35.

    No mesmo horário, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 2,11%, para R$ 2,907. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 1,38%, para R$ 2,914, às 14h35.

    O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, caía 1,55%, para 55.719 pontos, às 14h35.

    Nos EUA, a expansão do setor de serviços caiu para 57,8 em abril ante leitura final de 59,2 em março, que havia sido o maior nível desde agosto. O ritmo de contratações no setor acelerou ao maior patamar desde junho, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Markit.

    E a economia americana se manterá no foco ao longo da semana. Os investidores ficarão atentos à reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que começa nesta terça-feira e termina na quarta. Outra notícia relevante será a divulgação da primeira estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) americano, também na quarta-feira.

    Uma desaceleração na economia dos Estados Unidos poderia levar o Fed a adiar o aumento dos juros no país. Com os juros em patamares baixos nos EUA, os investidores tendem a deixar dinheiro aplicado em emergentes, como o Brasil, que remuneram mais.

    Diante da perspectiva de entrada de dólares no mercado brasileiro, o preço da moeda americana cai em relação ao real.

    "O dólar abaixo de R$ 3 vai depender da decisão do Fed. Se ficar acertado um aumento no segundo semestre, pode ser que a moeda volte a subir aqui no Brasil", afirma Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

    EXTERIOR

    Na Grécia, a mudança de equipe de negociação aumenta a expectativa em torno de um acordo que permita ao país honrar seus compromissos. A alteração ocorreu após o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, ser criticado por seu desempenho em reunião da zona do euro na semana passada.

    Varoufakis vai supervisiona uma nova equipe que negociará um acordo de reformas com credores. O coordenador do grupo, porém, será o vice-ministro de Relações Exteriores, Euclid Tsakalotos, nome apreciado por autoridades que representam credores.

    Da China vêm informações que indicam que o país está organizando um pacote de estímulos, o que ajuda a conter o dólar nesta segunda. O país é um grande importador de commodity, mercadoria exportada por emergentes.

    BOLSA

    A alta do minério de ferro pelo quarto dia seguido e a possibilidade de estímulos na China ajudam a impulsionar os papéis com direito a voto da mineradora Vale nesta segunda. As ações mais negociadas, que iniciaram o dia em alta, passaram a oscilar entre ganhos e perdas nesta tarde.

    Às 14h36, os papéis preferenciais da Vale caíam 0,16%, para R$ 18,68. No mesmo horário, os ordinários tinham alta de 1,89%, para R$ 23,64.

    As ações da Petrobras caem nesta segunda. Às 14h37, os papéis preferenciais –mais negociados e sem direito a voto– caíam 4,29%, para R$ 12,69. As ações ordinárias tinham queda de 4,82%, para R$ 13,99, no mesmo horário.

    Com a queda do dólar, as ações de exportadoras como Fibria e Suzano caem nesta segunda. Às 14h37, os papéis da Fibria tinham queda de 6,63%, para R$ 40,40. No mesmo horário, as ações da Suzano tinham queda de 5,94%, para R$ 13,94.

    O boletim Focus, que traz projeções de economistas e instituições financeiras sobre a economia brasileira, não teve impacto no mercado, avalia Hegedus. A expectativa agora é de que o PIB brasileiro tenha queda de 1,10% em 2015, ante queda de 1,03% uma semana atrás.

    "A pesquisa veio neutra, refletindo a economia parada do Brasil. A reconquista da credibilidade é um processo lento e, por isso, a gente só deve sair da recessão em 2016", ressalta o economista-chefe da Lopes Filho.

    Folhainvest

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