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    Dólar tem quinto dia de desvalorização com dados fracos nos EUA

    DE SÃO PAULO

    27/04/2015 17h30

    O dólar caiu pelo quinto dia seguido e fechou a R$ 2,907 na cotação à vista –referência no mercado financeiro– nesta segunda-feira (27). Dados fracos de serviços nos Estados Unidos em prévia de abril contribuíram para a desvalorização da moeda americana, por indicar queda no crescimento de novos negócios, o que sugere uma recuperação mais lenta no país.

    Das 24 principais moedas emergentes, 17 se valorizaram em relação ao dólar.

    O dólar à vista fechou com desvalorização de 2,11%, para R$ 2,907, no menor patamar desde 3 de março. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, registrou baixa de 1,11%, para R$ 2,922, menor valor desde 2 de março.

    O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, interrompeu sequência de três altas e caiu. O índice fechou com queda de 1,87%, para 55.534 pontos, com os investidores optando por vender papéis e embolsar o lucro obtido no período.

    Nos EUA, a expansão do setor de serviços caiu para 57,8 em abril ante leitura final de 59,2 em março, no que havia sido o maior nível desde agosto. O ritmo de contratações no setor acelerou ao maior patamar desde junho, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Markit.

    "Os dados vieram piores que o que se esperava e sugerem que o banco central americano pode adiar o movimento de aumento de juros, levando à valorização não só do real, mas também de outras moedas emergentes", afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.

    Com os juros em patamares baixos nos EUA, os investidores tendem a deixar dinheiro aplicado em emergentes, como o Brasil, que remuneram mais. Diante da perspectiva de entrada de dólares no mercado brasileiro, o preço da moeda americana cai em relação ao real.

    Atualmente, complementa Rostagno, a expectativa é um aumento dos juros nos EUA a partir de setembro. "Mas a dúvida que começa a ser tirada agora é se realmente era apenas o inverno rigoroso que estava impactando a atividade econômica dos EUA ou se o país está efetivamente se desacelerando", ressalta Rostagno.

    A economia americana se manterá no foco ao longo da semana. Os investidores ficarão atentos à reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que começa nesta terça-feira e termina na quarta. Outra notícia relevante será a divulgação da primeira estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) americano, também na quarta-feira.

    "O dólar abaixo de R$ 3 vai depender da decisão do Fed. Se ficar acertado um aumento no segundo semestre, pode ser que a moeda volte a subir aqui no Brasil", afirma Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

    EXTERIOR

    Um otimismo com a possibilidade de a Grécia chegar a um acordo com seus credores após trocar a equipe de negociadores e notícias de que a China está trabalhando em um programa de estímulos também animaram os investidores.

    Na Grécia, a mudança de equipe de negociação aumenta a expectativa em torno de um acordo que permita ao país honrar seus compromissos. A alteração ocorreu após o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, ser criticado por seu desempenho em reunião da zona do euro na semana passada.

    Varoufakis vai supervisiona uma nova equipe que negociará um acordo de reformas com credores. O coordenador do grupo, porém, será o vice-ministro de Relações Exteriores, Euclid Tsakalotos, nome apreciado por autoridades que representam credores.

    Da China vêm informações que indicam que o país está organizando um pacote de estímulos, o que ajuda a conter o dólar nesta segunda. O país é um grande importador de commodity, mercadoria exportada por emergentes.

    BOLSA

    A alta do minério de ferro pelo quarto dia seguido e a possibilidade de estímulos na China impulsionaram os papéis com direito a voto da mineradora Vale nesta segunda. As ações mais negociadas, que iniciaram o dia em alta, fecharam com desvalorização.

    Os papéis preferenciais da Vale tiveram queda de 0,48%, para R$ 18,62. As ações ordinárias subiram 1,12%, para R$ 23,46.

    As ações da Petrobras caíram nesta segunda, com os investidores optando por embolsar lucros de altas recentes. Os papéis preferenciais –mais negociados e sem direito a voto– fecharam com queda de 5,13%, para R$ 12,58. As ações ordinárias tiveram baixa de 7,28%, para R$ 13,63.

    Com a queda do dólar, as ações de exportadoras como Fibria e Suzano caíram nesta segunda. Os papéis da Fibria fecharam em baixa de 6,75%, para R$ 40,35. As ações da Suzano caíram 5,53%, para R$ 14.

    Folhainvest

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