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    Fundo americano fica sócio de rede de hospitais D'Or São Luiz

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    27/04/2015 21h09

    Carlyle investe R$ 1,75 bilhão e passará a ter 8,3% das ações; antigos sócios –família Moll e BTG Pactual– terão participação reduzida

    O fundo americano Carlyle anunciou nesta segunda (27) que será sócio da Rede D'Or São Luiz, a principal rede de hospitais privados do país. Com o acordo, o fundo injetará R$ 1,75 bilhão na empresa e passará a deter 8,3% das ações, segundo apurou a Folha (o valor do negócio não foi revelado).

    A operação será feita por meio de um aumento de capital na companhia. Ou seja, com a aplicação dos recursos, os atuais sócios permanecerão no negócio, mas terão sua participação diluída.

    A família Moll, que fundou a empresa na década de 70, terá agora cerca de 68% do negócio, contra cerca de 74% detidos anteriormente.

    Já o BTG Pactual, que se associou à rede em 2010, reduzirá sua fatia na empresa de 25,6% para 23,6%.

    MUDANÇA NA REGRA

    A operação, antecipada pela Folha em janeiro, foi possível graças à decisão do governo de liberar a partir deste ano a entrada de capital estrangeiro em hospitais e clínicas do país -até o ano passado, isso era permitido só no caso de planos de saúde.

    É a primeira compra do Carlyle no Brasil desde 2012, quando desembolsou cerca de R$ 700 milhões para adquirir o controle da rede de móveis Tok & Stok, uma das maiores varejistas do país.

    Desde então, o fundo buscava novas oportunidades no mercado brasileiro, mas o alto valor pedido pelos vendedores vinha inviabilizando as operações.

    No caso da Rede D'Or, o fundo obteve exclusividade nas negociações, o que permitiu a compra, segundo o relato de executivos que participaram das conversas.

    Fundada em 1977, a rede D'Or possui atualmente 29 hospitais (entre próprios e administrados) e 30 clínicas de oncologia nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e no Distrito Federal. O grupo tem 33 mil empregados e 85 mil médicos credenciados.

    Na avaliação do Carlyle, o setor médico e hospitalar será um dos poucos a conseguir crescer no período de crise. A expectativa dos economistas é que haja recessão na economia brasileira este ano.

    As conversas vinham ocorrendo há meses e foram facilitadas pelo bom relacionamento do presidente-executivo da Rede D'Or, Heráclito Brito, com os investidores do Carlyle. Antes de assumir a empresa em 2013 em substituição ao fundador, Jorge Moll, Brito fora presidente da Qualicorp, companhia da qual o Carlyle se tornou sócio em 2010.

    NOVA ONDA

    A operação pode marcar uma nova onda de aquisições no setor de hospitais privados, que reúne quase 4.000 instituições e movimenta cerca de R$ 100 bilhões em receitas ao ano.

    O setor vinha sendo cobiçado por investidores estrangeiros, mas a legislação era uma barreira. Em 2012, a gigante americana United Health investiu R$ 6,5 bilhões para controlar a empresa de planos de saúde Amil.

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