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    Fundo Gera, de Lemann, negocia compra do Colégio Bandeirantes

    MARIANA BARBOSA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    28/04/2015 02h00

    Nem hambúrguer, nem ketchup. O megainvestidor brasileiro Jorge Paulo Lemann quer agora comprar o tradicional colégio paulistano Bandeirantes.

    Fundado em 1944 e com cerca de 2.700 alunos de ensino fundamental e médio, o Bandeirantes se destaca por estimular a competição entre alunos e premiar a meritocracia ­–pontos que convergem com a filosofia de Lemann no mundo dos negócios.

    Ao lado dos sócios no 3G Capital Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, Lemann é mais conhecido pela construção do império de cervejas AB Inbev e as aquisições da Heinz, do Burger King e da Kraft Foods. Mas o grande sonho do empresário mais rico do Brasil é fazer a diferença na educação do país.

    Alan Marques/Folhapress
    Jorge Paulo Lemann, um dos fundadores da 3G
    Jorge Paulo Lemann, um dos fundadores da 3G

    Por meio do fundo de venture capital para a áreas de educação Gera Ventures, o empresário já adquiriu duas escolas no Rio de Janeiro: Elite e Ponto de Encontro. As escolas deram origem a uma holding chamada Eleva e novas escolas estão na mira.

    O modelo de negócios consiste na compra de 100% das ações, para que o grupo possa imprimir modelo de gestão e sistema educacional próprios, com base nos princípios de excelência e melhores práticas internacionais.

    O Bandeirantes admitiu ter sido procurado pelo Gera Ventures, mas disse que não está à venda. "Todos esses grupos vivem atrás da gente", disse o diretor-presidente do Bandeirantes, Mauro de Salles Aguiar. "Mas o Bandeirantes é invendável."

    Por meio de sua assessoria, o Gera Ventures negou que esteja "fechando a compra da escola", mas admitiu que já houve conversas.

    LEGADO

    Lemann começou a imprimir sua marca na educação há pouco mais de duas décadas, ao oferecer bolsas de estudos para estudantes brasileiros em Harvard, por meio da Fundação Estudar.

    Criada há 23 anos, a fundação já financiou estudos de quase 600 jovens em diferentes universidades, no exterior e também no Brasil.

    Já por meio da Fundação Lemann, o empresário estuda, experimenta e fomenta iniciativas e tecnologias que contribuem para melhorar a qualidade da educação básica de massa no país.

    O Gera Venture é a sua iniciativa mais recente na área de educação e a única com fins lucrativos. O lucro é revertido para financiar as outras iniciativas na área. O Gera também investe em empresas nascentes na área de tecnologia ligada à educação.

    Desde 2011, o fundo já investiu, como minoritário, em seis startups: Geekie, Rota dos Concursos, Starline, MindLab, Kaltura e Mangahigh.

    O Bandeirantes foi classificado em 21º lugar no ranking do último Enem. Considerando o ranking dos 30 melhores alunos de cada escola participante do Enem, ficou em segundo lugar. Tido como forte em exatas, tem investido para atrair também alunos das áreas de humanas.

    A escola também estimula alunos a se inscrever para universidades de excelência no exterior, como Stanford, Princeton, Oxford, IMI e MIT.

    Uma das medidas mais controversas do Bandeirantes é a separação das classes por nota, estimulando a competição. Entre os ex-alunos destacam-se o ex-governador Mário Covas (1930-2001), o prefeito Fernando Haddad e o cientista Miguel Nicolelis.

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