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    Google cria fundo de € 150 milhões para jornais da Europa

    RICHARD WATERS
    DO "FINANCIAL TIMES", EM LONDRES

    28/04/2015 18h41

    O Google está estudando mudar significativamente o serviço Google News a fim de ajudar as companhias noticiosas que encontram dificuldade para faturar no mundo online, de acordo com um dos dirigentes da companhia na Europa.

    Os comentários, feitos em entrevista ao "Financial Times" por Carlo d'Asaro Biondo, diretor de parcerias estratégicas do Google na Europa, surgiram no momento em que o Google e nove editoras de jornais europeias anunciavam uma aliança para melhorar a capacitação digital e os modelos de negócios dos jornais.

    Conhecida como Digital News Initiative, a aliança envolverá trabalho conjunto de desenvolvimento de produtos, assistência no treinamento digital das redações e € 150 milhões em verbas para iniciativas digitais nos próximos três anos. O "Financial Times" está entre as companhias participantes, acompanhado pelo "Les Echos" da França, "El País" da Espanha e "Die Zeit", da Alemanha.

    Questionado se o Google estaria preparado para mudar suas plataformas a fim de ajudar o setor de notícias online, em lugar de simplesmente pressionar os grupos jornalísticos para que se tornem mais digitais, D'Asaro Biondo disse que "as duas coisas vão acontecer... quero fazer melhor pela imprensa, e sei que podemos fazer melhor pela imprensa".

    O Google News enfrenta críticas das editoras de jornais há anos, com acusações de que rouba tráfego aos sites jornalísticos e trata diferentemente aqueles que operam serviços por assinatura online. No ano passado, a companhia fechou seu Google News na Espanha depois que uma nova lei passou a requerer que ela pagasse para apresentar até mesmo os pequenos trechos de conteúdo protegido por direitos autorais que veiculava.

    O Google também foi prejudicado por uma mudança no clima político da Europa, em 2014, depois das revelações de Edward Snowden, antigo prestador de serviços a Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana, sobre operações de espionagem. A reação inclui uma queixa antitruste formal apresentada este mês pela Comissão Europeia.

    As áreas sob discussão com os grupos jornalísticos incluirão como fazer com que o Google News funcione melhor no caso de sites que requerem pagamento para leitura de seu conteúdo e que se queixam de que as operações de publicidade vinculada a buscas do Google são prejudiciais aos seus negócios.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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