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    Com preços mais acessíveis e jeito robusto, SUVs ganham fãs no Brasil

    RODRIGO LARA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    30/04/2015 02h00

    Eduardo Knapp/Folhapress
    O empresário Ubirajara Marques de Souza, 45, dono de um Renault Duster e de um Mitsubishi Pajero
    O empresário Ubirajara Marques de Souza, 45, dono de um Renault Duster e de um Mitsubishi Pajero

    Os modelos classificados como SUVs e crossovers estão atraindo um número crescente de brasileiros, por fatores que vão de preços acessíveis a aspectos funcionais.

    "Hoje, esses veículos conseguem atender a demanda de robustez e capacidade de encarar obstáculos das cidades em uma embalagem mais prática", explica Marcelo Cioffi, sócio e líder do setor automotivo da PwC Brasil.

    De acordo com a consultoria, a produção desse tipo de automóvel deve chegar a 12% do total do mercado nacional em 2016, e a 16% em 2018. E pensar que a fatia do segmento em 2010 era de apenas 3%.

    Praticidade e robustez fizeram o analista Rafael Mantovani, 32, trocar seu Honda Fit por um Renault Duster, em agosto de 2014. "Estava entre dois modelos próximos ao Fit e um SUV. O desejo por um jipinho falou mais alto", diz.

    Ele afirma que o caráter "curinga" do SUV foi um atrativo. "O fato de servir tanto para a cidade quanto para terreno irregular ajuda. Como moro numa cidade plana, com alagamentos frequentes, ter carro alto é útil", diz ele, que é de Santos (SP).

    O analista usa o Duster mais nos finais de semana e em estradas. "Vou muito a lugares com piso de terra, o carro passa tranquilamente por esses obstáculos."

    Na transição de um carro como o Fit para um modelo mais alto, Mantovani não encontrou muitos problemas. "Gostei do espaço interno de cara, consigo levar três pessoas no banco de trás. Já o porta-malas eu pude testar: precisei transportar uma máquina de lavar e bastou rebater o banco para ela caber."

    Ele também elogia a posição de dirigir elevada. Mas, e o consumo? "Já esperava que o SUV consumisse mais, mas mudei meu modo de dirigir, tinha pé pesado, consegui uma bela redução no gasto de combustível", diz.

    Fabio Braga/Folhapress
    A nutricionista Tatiana Souza da Mota, 35, que trocou seu Honda Civic por um Renaut Duster
    A nutricionista Tatiana Souza da Mota, 35, que trocou seu Honda Civic por um Renaut Duster

    Quem também se rendeu aos SUVs foi a nutricionista Tatiana da Mota, 35. Ex-dona de um Honda Civic, foi para um Renault Duster. "Comprei o meu em fevereiro, na versão automática com motor 2.0. Gostava muito do Civic, mas sempre apreciei o design dos SUV. Fiz um test-drive no Duster e fiquei encantada, por ser um carro grande e com uma posição de dirigir mais alta, que dá uma visão melhor e maior sensação de segurança. O visual também é mais jovem", diz.

    Tatiana roda com o carro todo dia, entre sua casa e o trabalho. Diz estar satisfeita com a escolha e pretende se manter fiel ao SUV.

    Mantovani e Tatiana representam bem a tendência verificada pela consultoria PWC, segundo a qual donos de SUVs tornam-se fiéis ao segmento a partir da compra do primeiro carro do tipo.

    Mas são menos fiéis a marcas. De acordo com levantamento da consultoria J.D. Power do Brasil, só 26% dos compradores desse tipo de carro seguiram a marca do modelo anterior na hora da troca, em 2014. A média de fidelidade à fabricante, em outros segmentos, é de 33%.

    Uma explicação para isso é que não são todas as montadoras que têm SUVs ou crossovers em faixa acessível. Daí a corrida de fabricantes para oferecer utilitários esportivos menores e com preço competitivo –a compra de um desses pode ser porta de entrada para a marca.

    Aconteceu com o professor e consultor de vinhos Ricardo Anson Mazaro, 42, que comprou um Honda HR-V. Ele teve seu Fiat Idea Sporting roubado em 2014. "Tinha dirigido o Honda Vezel no exterior e gostei. Quando o roubo ocorreu, decidi esperar para comprar o HR-V", conta.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    O professor e consultor de vinhos Ricardo Anson Mazaro, 42, proprietário de um Honda HR-V
    O professor e consultor de vinhos Ricardo Anson Mazaro, 42, proprietário de um Honda HR-V

    Mazaro já foi dono de um Hyundai Tucson. Na Fiat, marca do seu penúltimo veículo, só havia o Freemont como opção de SUV, um carro maior e mais caro.

    "O HR-V foi a escolha ideal por ter porte mais avantajado, mas ser compacto mesmo assim. Também tem espaço para levar equipamentos como bicicleta para pedalar em trilhas, esporte que pratico."

    Estigma que ronda os SUVs é o fato de que, raramente, sua capacidade off-road é testada, já que seus donos rodam mais na cidade mesmo.

    Não é o caso do empresário Ubirajara Marques de Souza, 45. "Sempre tivemos SUVs em casa. Temos sítio, o acesso é ruim em tempo de chuva. E como viajamos para lugares de difícfil acesso, um carro assim é fundamental."

    Dono de um Mitsubishi Pajero, Souza comprou um Renault Duster 4x4, que é dirigido por sua mulher.

    O empresário admite que usa os carros "cerca de 85% do tempo" na cidade. Será que ele sente algum preconceito pela sua opção de veículo? "No nosso caso, ter um SUV é um estilo de vida. Ele nos dá mais liberdade para irmos a qualquer lugar sem nos preocupar se conseguiremos chegar."

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