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    Na crise, barganhe juros do financiamento e preço do imóvel

    VINICIUS PEREIRA
    DE SÃO PAULO

    04/05/2015 02h00

    A atual desaceleração econômica pode trazer incertezas a quem deseja comprar um imóvel. Se por um lado construtoras oferecem descontos, por outro as taxas de juros dos financiamentos estão em perspectiva de alta.

    De acordo com economistas, o momento é propício para negociar.

    "Vá a pelo menos três bancos. Quanto mais propostas tiver, maior será o seu poder de barganha", diz o economista Samy Dana, professor da FGV e colunista da Folha.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No primeiro trimestre, houve queda de 4,6% do volume de empréstimos para a aquisição de imóveis no país, a primeira desde 2002, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

    "Com o crédito imobiliário, mesmo que o banco não ganhe tanto [já que os juros são menores que em outras modalidades], ele fideliza o cliente por um longo tempo, que utiliza cheque especial, cartão, movimenta a conta", diz o economista e professor José Dutra Vieira Sobrinho.

    "Por isso, neste momento, há uma disputa entre as instituições financeiras por bons clientes", acrescenta.

    Para ele, o comprador deve buscar pagar o máximo possível de entrada. "Nenhuma aplicação financeira de baixo risco vai ter rendimento líquido [já descontados impostos] maior que os juros que você deixa de pagar no financiamento imobiliário com uma entrada maior."

    Na Caixa, não há outra saída no caso de imóveis usados. O banco reduz a partir desta segunda-feira (4) o percentual máximo do valor permitido para financiamento com recursos da poupança -de 80% para 50%, para bens de até R$ 750 mil. Para imóveis novos, a fatia máxima permanece em 80%. O banco é responsável por cerca de 70% do crédito imobiliário do país.

    Na negociação com os bancos, deve ser considerado o Custo Efetivo Total (CET), que, além dos juros, engloba outros custos, como com seguro (veja simulação acima).

    "Os juros estão ligados à avaliação do perfil de cada cliente feita pelo banco", diz Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site comparador de empréstimos.

    Com o financiamento pré-aprovado, é hora de tentar reduzir o preço do imóvel com o vendedor. "A barganha vai se apoiar no fato de que o dinheiro já está disponível. Isso traz segurança ao negócio e o comprador pode tirar vantagem", diz Vieira Sobrinho.

    Folhainvest

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