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    Ministro quer convencer empresas a investir em óleo e gás no Brasil

    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    04/05/2015 17h12

    Diante de um cenário de incertezas na cadeia produtiva de petróleo e gás no Brasil, reforçado pela queda nas cotações internacionais do produto, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, resolveu aproveitar sua participação em um evento no Estados Unidos, para "vender", a empresas e investidores do setor, o próximo leilão de áreas de exploração de óleo, previsto para o quarto trimestre.

    A agenda de vendedor começou nesta segunda-feira (4), durante almoço na OTC (Offshore Technology Conference), que acontece em Houston, no Texas, até a próxima quinta-feira. A feira é referência global na indústria de exploração e produção de petróleo no mar.

    Também está prevista, ainda nesta segunda-feira, uma reunião sobre o tema com representantes das petroleiras globais Chevron, Shell, Total e BP, além da mineradora BHP, que também investe em exploração e produção de petróleo.

    Durante o almoço, diante de uma plateia de mais de 200 pessoas, entre representantes de empresas brasileiras e estrangeiras, Braga apresentou oficialmente ao mercado as bases de realização do leilão de áreas de petróleo pelo regime de concessão –em que a empresa vencedora procura petróleo em determinada área e, se encontrar, tem o direito de extraí-lo por um período, tornando-se dona do óleo e pagando royalties à União.

    Conforme já havia comentado no dia com jornalistas, serão 269 blocos, em terra e em mar. As mais relevantes, diz o ministro, serão nas regiões de Sergipe e Alagoas.

    Antes, porém, de detalhar a oferta em leilão, Braga lembrou que o país é uma das maiores economias do mundo e apresentou indicadores conjunturais. Afirmou que o país vinha promovendo um "profundo ajuste fiscal" e que o desemprego "tem taxa de menos de um dígito", reconhecendo que houve alta nos últimos meses.

    Braga também falou da potencialidade do pré-sal e do crescimento da produção nessas áreas –de zero a 700 mil barris por dia em oito anos –ainda que tais áreas só devam ser oferecidas novamente entre 2016 e 2017.

    Reforçou, inúmeras vezes, que o país tem estabilidade institucional e "regras estáveis, com absoluta transparência". Disse, ainda, que o país tem "setor elétrico robusto". "Apesar da profunda crise hídrica, continuamos fornecendo energia com segurança para o crescimento do país".

    Ao terminar a apresentação, conclamou prestadoras de serviços e petroleiras a virem ao país.

    "Se você for uma empresa de óleo acho que será uma oportunidade, para as empresas aumentarem sua participação no mercado brasileiro ou entrar pela primeira vez. Se você for uma empresa de serviços equipamentos é também uma oportunidade para aumentar sua participação no Brasil. Nós achamos que esse potencial fica ainda maior porque vai além da questão do pré-sal", disse, ao fim da palestra.

    Perguntado, ao fim, se seu esforço se mostrou necessário diante do cenário negativo que o setor enfrenta, Braga disse que as empresas não tomam decisões de longo prazo com base na cotação do petróleo no presente.

    "A indústria nesse momento precisa de volume, para reduzir custos, e o Brasil é um potencial para isto", disse.

    O representante de uma empresa fornecedora da Petrobras presente ao almoço, disse não se lembrar de outra ocasião em que um ministro de estado venha à OTC para apresentar o potencial de investimento no Brasil. "A Magda (Chambriard, diretora da ANP, Agência Nacional do Petróleo), já fez apresentações sobre rodadas. Ministro é novidade", disse.

    DISTRIBUIÇÃO

    O ministro afirmou que será publicado, nos próximos dias, decreto presidencial que prevê a renovação dos contratos de concessão dos serviços de distribuição de energia.

    "Em seguida, a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] estabelece a regulamentação e reconstrução de cada um dos contratos", disse.

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