Quem comprou as ações da Petrobras por um valor acima do atual deve mantê-las porque há perspectivas viáveis de recuperação, dizem analistas.

Porém quem pensa em se aproveitar dos novos rumos da estatal para comprá-los agora deve levar alguns aspectos em conta.

O endividamento da companhia continua crítico e, para melhorar seu caixa, a estatal precisará vender ativos, reduzir investimentos, elevar as receitas e captar recursos no mercado. E essa tarefa não será fácil em meio à retração da economia.

Por isso, pode haver outros investimentos que deem melhor rentabilidade, dependendo do prazo. "O ponto chave será o plano de investimento, que dirá como a Petrobras vai endereçar essas questões", diz Luciana Nazar, especialista em infraestrutura da consultoria GO Associados.

"É hora de manter o papel. Agora, a Petrobras tem uma nova política de gestão. Mas quem ainda não entrou deve aguardar um pouco mais, principalmente se o foco for o recebimento de dividendos [parte do lucro distribuído aos acionistas]", disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

Na sexta, o diretor financeiro, Ivan Monteiro, afirmou que o resultado positivo no trimestre não é garantia de distribuição de dividendos em 2016.

Para James Gulbrandsen, da gestora NCH Capital, a valorização das ações reflete o otimismo dos estrangeiros após o "fundo do poço". "Deve sofrer mais no curto prazo, mas os resultados tendem a melhorar."

O trabalhador que investiu em agosto de 2000 parte dos recursos do FGTS nas ações ordinárias da estatal segue com vantagem.

Desde então, os fundos subiram 200,3% até 15 de abril. Até o dia 10 de abril, o FGTS teve rendimento de 96,89%. No auge, em maio de 2008, a valorização chegou a 1.346,31%.