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    No azul, Petrobras alimenta alta da Bolsa e investimentos no Brasil

    DANIELLE BRANT
    ANDERSON FIGO
    TONI SCIARRETTA
    DE SÃO PAULO

    18/05/2015 02h00

    A recuperação das ações da Petrobras, cujos resultados do primeiro trimestre surpreenderam na sexta (15), tem o potencial de impulsionar um novo ciclo de alta na Bolsa brasileira e uma entrada maior de investimentos estrangeiros no país.

    Mesmo quem perdeu dinheiro com a queda que as ações sofreram tem chance de recuperar o valor.

    Na avaliação de analistas, a estatal conseguiu se apropriar da defasagem no preço dos combustíveis vendidos no país e mostrou resiliência para lidar com o impacto da alta do dólar nas importações e na gestão da dívida.

    O resultado foi um lucro líquido de R$ 5,33 bilhões no primeiro trimestre, 1,2% abaixo do mesmo período de 2014, mas acima da previsão de ganho próximo de R$ 2,5 bilhões.

    Por outro lado, a valorização recente dos papéis (e da própria Bolsa), que adiantaram essa expectativa de recuperação, podem limitar ganhos adicionais e não justificar uma aposta duradoura no mercado de ações brasileiro.

    Embora os resultados tenham agradado, o endividamento mostra que a companhia tem um longo trabalho de saneamento pela frente. A dívida líquida avançou 18% desde dezembro.

    Além da Petrobras, o rumo da Bolsa será definido pelo sucesso do governo em aprovar as medidas do ajuste fiscal no Congresso e pela perspectiva de atraso na elevação dos juros nos EUA.

    Ações da Petrobras - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    ESTRANGEIROS

    O avanço das negociações no Congresso e os indicadores fracos da economia americana têm alimentado a entrada de recursos de investidores estrangeiros desde abril. No mês passado, eles trouxeram R$ 7,99 bilhões; em maio até o dia 13, já entraram mais R$ 1,98 bilhão.

    Isso permitiu a elevação da média diária de negócios na Bolsa de R$ 6,52 bilhões em março para R$ 7,12 bilhões na primeira metade de maio.

    As ações da estatal respondem por 9,85% do Ibovespa, principal índice da Bolsa, atrás apenas dos bancos Itaú (11,14%) e Bradesco (9,93%).

    Ao lado da mineradora Vale, a Petrobras costuma balizar o humor do mercado com a Bolsa. O atraso na divulgação do balanço de 2014 e os desdobramentos da operação Lava Jato estavam entre as principais justificativas para o mau humor com a Bolsa.

    Desde que a estatal publicou o balanço auditado, no dia 22 de abril, as ações ordinárias (com voto) subiram 13,07%, enquanto as preferenciais (sem voto e as mais negociadas) tiveram alta de 7,16%. No período, o Ibovespa subiu 4,82%.

    A diferença se deve à perda da vantagem dos papéis preferenciais, que costumam pagar mais dividendos, em relação aos ordinários após a estatal anunciar que decidiu suspender a distribuição de lucro aos acionistas.

    A recuperação reverte parte das perdas após as ações descerem, em janeiro, ao menor valor nominal em 11 anos. Desde atingir R$ 8,18, em 30 de janeiro, as ações preferenciais já subiram 71,9%. No mesmo período, os papéis ordinários subiram 87,2%.

    Mesmo assim, as ações preferenciais ainda estão 74,67% atrás da máxima de R$ 24,56 de outubro de 2014. Os ordinários estão 54,75% atrás da máxima de 2014.

    Folhainvest

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