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    Governo aposta em 30 acordos com a China para evitar 'paralisia'

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    18/05/2015 17h20

    Pedro Ladeira/Folhapress - Wu Hong/Efe
    Presidente Dilma Rousseff vai se encontrar com o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, para tentar acordos
    Presidente Dilma Rousseff vai se encontrar com o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, para tentar acordos

    O governo Dilma Rousseff vai anunciar nesta terça-feira (19) a assinatura de mais de 30 acordos bilaterais com a China, principalmente nas áreas de infraestrutura e logística, como parte do plano de concessões que será anunciado pela presidente em junho.

    Dilma recebe nesta terça o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, para discussões sobre parcerias de investimento e ampliação do comércio entre os dois países.

    Segundo auxiliares da presidente, o Palácio do Planalto vai apostar nos negócios com a China para evitar uma "paralisia" do governo com o corte do Orçamento de 2015, que será anunciado até sexta-feira (22) e deve ficar na casa dos R$ 70 bilhões.

    Na tarde desta segunda-feira (18), Dilma fez uma reunião ampliada, com a presença de diversos ministros e do embaixador brasileiro na China, Valdemar Carneiro, para acertar os últimos detalhes dos acordos.

    Editoria de arte/Folhapress

    Entre os projetos está uma obra faraônica, uma megaferrovia que ligará Brasil e Peru e será construída pelos chineses.

    Participaram do encontro com o embaixador brasileiro na China os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Katia Abreu (Agricultura), Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Jaques Wagner (Defesa) e Ricardo Berzoini (Comunicações).

    PARCEIRO

    Em 2009, a China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil. Só no ano passado, as exportações somaram US$ 40,6 bilhões e as importações, US$ 37,3 bilhões, um fluxo de US$ 15,9 bilhões a mais do que o registrado com os Estados Unidos, segundo maior parceiro do Brasil.

    Dilma receberá o primeiro-ministro chinês no Palácio do Planalto para reunião e cerimônia de assinatura dos atos de cooperação. Os dois almoçarão juntos no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

    O embaixador Sergio Amaral, presidente emérito do Conselho Empresarial Brasil-China, afirmou que os chineses estão interessados, especialmente, em projetos que estão prontos para serem executados, que já estejam em andamento ou próximos de serem concluídos.

    Esse investimento será feito por meio de compra de participação nesses negócios ou de financiamento de bancos chineses, principalmente. Cinco instituições financeiras daquele país farão parte da rodada de negócios. Entre elas, o Banco de Desenvolvimento da China, que poderá ser um financiador importante nos projetos de infraestrutura do país.

    "Queremos saber quais os projetos que estão prontos. Não é um encontro só para trocar cartões", afirmou Amaral. "É preciso ter projetos concretos, que não sejam apenas uma ideia."

    O embaixador citou como exemplo de projetos que podem despertar o interesse dessas empresas as obras do Metrô de São Paulo, as ferrovias Transnordestina, Norte-Sul e Transoceânica (ligando o Brasil ao Peru) e o VLT de Goiânia.

    Na área ferroviária, Amaral, afirmou que há interesse em avaliar a instalação de uma fábrica de equipamentos, por exemplo, próxima ao polo de logística de Anápolis (GO).

    As empresas chinesas também avaliam a construção de fábricas para produção de materiais e equipamentos na área de construção civil.

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