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    Aluguéis de residências de dois e três quartos têm queda em São Paulo

    ANDRÉ CABETTE FÁBIO
    DE SÃO PAULO

    19/05/2015 19h13

    Apenas aluguéis novos de residências de 1 dormitório tiveram alta dos preços em São Paulo quando considerado um período de 12 meses terminado em abril.

    A locação desse tipo de imóvel subiu 5,29% no período em termos nominais (sem descontar a inflação), enquanto residências de dois dormitórios tiveram queda de 0,12%, e de 3 dormitórios, de 1,60% em seus preços.

    Os dados foram divulgados pelo Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário) nesta terça (19) e, além de beneficiarem novos locatários, dão espaço para quem tem contratos antigos negociar ajustes menores com o proprietário.

    Em média, a alta foi de 1,47% no período, valor que fica abaixo do IGP-M (índice de inflação usado como referência no setor), que teve alta de 3,55%.

    A defasagem do aumento do aluguel frente a inflação representa ganho para o locatário e ocorre desde agosto de 2014 (veja gráfico abaixo), um reflexo do mau momento da economia.

    A última vez em que uma defasagem de preços havia ocorrido fora pontualmente, em março de 2013.

    "Os níveis de desemprego começando a crescer, a desaceleração na indústria, e a expectativa sobre os cortes do governo estão gerando essa reação do mercado imobiliário", afirma Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP.

    Outro indício de que está mais complicado para locatários encontrar inquilinos é o intervalo em que um imóvel vago demora para ser alugado, atualmente de 15 a 40 dias –o maior da série desde janeiro de 2008. A média é menor para casas (15 a 37 dias) do que para apartamentos (23 a 47 dias).

    "As pessoas estão assustadas com a possibilidade de perder emprego, e os preços do aluguel tendem a cair mais por falta da procura do que por outro motivo", afirma Ricardo Gilius Ferreira, sócio da Parabéns Imóveis, imobiliária da zona oeste de São Paulo.

    IGP-M

    HORA DE NEGOCIAR

    No geral, os contratos de aluguel são fechados por um período de 30 meses, com ajustes anuais que acompanham o IGP-M.

    Segundo Turnbull, quem paga as contas em dia, mantém o apartamento em bom estado e não causa problemas para o proprietário pode argumentar que, como o preço de um novo contrato cresceu abaixo do valor do índice, não seria justo cobrar o ajuste integral.

    "Mesmo se ele não der um ajuste percentual menor, para se proteger de alta da inflação mais para a frente, é interessante tentar uma redução de um valor fechado por um certo período; de R$ 100, por exemplo".

    Outra alternativa é aproveitar para pedir reformas no imóvel, por exemplo.

    Ele alerta, no entanto, que os índices médios de ajuste não são aplicáveis para quaisquer regiões. Áreas bem servidas de escolas, hospitais e instituições de ensino tendem a ter ajustes mais próximos da inflação.

    Gilius, da Parabéns Imóveis, concorda que inquilinos ganharam força na negociação.

    "O proprietário está resguardado pelo contrato, e pode ajustar o aluguel pelo IGP-M para ganhar R$ 200 a mais, por exemplo. Mas o inquilino pode ir a qualquer momento para um imóvel mais barato."

    Para ele, inquilinos também têm se beneficiado da popularização de cláusulas no contrato de aluguel que permitem deixar de lado a obrigatoriedade de ficar 30 meses no imóvel, ou ao menos diminuem a multa cobrada quando o locatário sai antes do fim do período.

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