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    Câmara deve excluir alguns setores de alta de INSS sobre folha de pagamento

    ISABEL VERSIANI
    VALDO CRUZ
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    20/05/2015 02h00

    A Câmara pode excluir do aumento imediato de tributo alguns setores beneficiados pelo programa de desoneração da folha de pagamento.

    O aumento de alíquota foi proposto pelo governo, para elevar sua arrecadação e ajudar a cumprir a meta de superavit (receitas menos despesas) deste ano.

    Ed Ferreira/Folhapress
    Líder do PMDB, Leonardo Picciani (PMDB/RJ), ao lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante reunião com a bancada do partido
    Líder do PMDB, Leonardo Picciani (PMDB/RJ), ao lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante reunião com a bancada do partido

    O texto enviado pelo Executivo elevava de uma só vez, ainda neste ano, a alíquota da contribuição previdenciária sobre o faturamento das empresas de 1% para 2,5% para o setor industrial e de 2% para 4,5% para serviços.

    Congressistas, no entanto, ameaçavam suavizar a elevação de tributos e adiar a arrecadação para o próximo ano.

    Pressionado pelo governo e diante da promessa de liberação de cargos, o relator do projeto de lei, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), recuou da decisão de propor um aumento gradual, o que ocorreria num período de três anos, e prometeu manter nesse ponto a proposta original do Palácio do Planalto.

    O projeto do governo, porém, deve sofrer mudanças, com a exclusão de alguns setores e com efeito praticamente nulo neste ano.

    O deputado disse nesta terça (19) que a tendência é prever o aumento integral das alíquotas a partir de dezembro deste ano, mas adiantou que vai preservar alguns setores como o de transportes, tecnologia da informação e comunicações, por serem intensivos em mão de obra.

    Para essas áreas, ele pode manter o benefício integral da desoneração aprovado pela presidente Dilma no primeiro mandato ou taxá-los com uma alíquota maior de forma mais gradual.

    O texto de Picciani irá à votação no plenário da Câmara nesta quarta (20).

    Segundo o deputado, que é líder do PMDB, o governo se mostrou irredutível contra a proposta do gradualismo e ele, como relator, não está disposto a fazer um "cavalo de batalha".

    A proposta original reduziria a renúncia fiscal com a desoneração de R$ 25 bilhões por ano para R$ 12 bilhões a partir do ano que vem. Para este ano, a economia estimada era de R$ 5,35 bilhões, se a taxação maior entrasse em vigor em junho.

    "Evidentemente que a ideia do governo era que o projeto saísse daqui como entrou, mas essa possibilidade não existe", afirmou Picciani após reunião da bancada do PMDB com o ministro Joaquim Levy (Fazenda).

    A decisão do relator irritou o setor industrial, que ter o aumento integral proposto pelo governo.

    Empresários prometem pressionar os deputados na votação desta quarta.

    O governo aguarda a votação do projeto da desoneração para definir o do corte no Orçamento deste ano.

    Nesta terça, Dilma afirmou que fará "o contingenciamento necessário para que as contas públicas "entrem nos eixos". Segundo a presidente, o corte não será "nem excessivo, nem flexível demais" e deve ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.

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