• Mercado

    Saturday, 18-May-2024 11:23:32 -03

    Petrobras acena com preço de mercado para combustíveis

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO

    21/05/2015 02h00

    Para reforçar a credibilidade junto aos investidores, a Petrobras vai assumir formalmente o compromisso de praticar preços de mercado na venda de combustíveis em seu novo plano de negócios, que deve ser divulgado na primeira quinzena de junho.

    O time comandado pelo novo presidente, Aldemir Bendine, acredita, porém, que será preciso também fazer os reajustes na prática para recuperar a confiança.

    Analistas ouvidos pela reportagem sob a condição de anonimato dizem que, sem essa prova concreta, seria importante que fosse divulgada uma fórmula de reajuste.

    Nacho Doce/Reuters
    Aldemir Bendine, presidente da Petrobras
    Aldemir Bendine, presidente da Petrobras

    Segundo apurou a Folha, o assunto ainda está em discussão, mas é pouco provável que a empresa se comprometa com uma fórmula concreta de reajuste da gasolina e do diesel, como chegou a ser cogitado pela ex-presidente da estatal Graça Foster.

    Nas últimas semanas, a diretoria da empresa tem reforçado que serão praticados preços de mercado. Sem isso, a companhia pode ter dificuldade em obter receita suficiente para garantir o pagamento de sua dívida líquida, que chega a R$ 332 bilhões.

    Entre os pressupostos de financiamento de seus planos de negócios, gestões anteriores já afirmavam trabalhar com "convergência entre preços internacionais e locais", o que não se cumpria.

    SUBSÍDIOS

    A política de segurar os preços dos combustíveis para conter a inflação sangrou o caixa da estatal, que deixou de ganhar R$ 55 bilhões de 2011 a 2014 segundo o CBIE.

    No final de 2013, Foster chegou a anunciar que adotaria uma fórmula de reajuste dos combustíveis. Mas a executiva foi desautorizada por Dilma e nunca divulgou detalhes da fórmula.

    Naquela época, o conselho de administração adotou parâmetros para pagamento de dívida que, teoricamente, balizariam os reajustes: se a projeção para dezembro de 2015 apontasse alavancagem (dívida sobre patrimônio) acima de 35%, o preço subiria. Hoje o indicador está em 43%.

    Com a queda do preço do petróleo, a nova gestão ganhou uma trégua para enfrentar esse embate. A defasagem entre preços locais e externos, que chegou a ser de 20% no início de 2014, virou e ajudou as contas da empresa no primeiro trimestre.

    A cotação do barril, no entanto, tem subido. Conforme o CBIE, a defasagem está em 8% para a gasolina, mas o diesel no Brasil ainda está 4% acima da cotação no Golfo do México (referência global).

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024