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    Taxa de desemprego de 6,4% em abril nas metrópoles é a maior desde 2011

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    21/05/2015 09h06

    A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país foi de 6,4% em abril deste ano, divulgou nesta quinta-feira (23) o IBGE. Em abril de 2014, a taxa era de 4,9% (veja o gráfico abaixo).

    O índice, medido pela PME (Pesquisa Mensal de Emprego), teve aumento em relação à taxa de março de 2015, de 6,2%. Trata-se da maior taxa de desemprego desde maio de 2011, também de 6,4%

    O percentual fica em linha com o centro das estimativas (mediana) de 27 economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, que havia previsto 6,3% de desemprego para o mesmo período.

    O perfil do emprego no Brasil mudou em relação ao ano passado. Diferentemente de 2014, as seis principais regiões metropolitanas do país verificam uma menor geração de vagas, maior procura por trabalho e um recuo na renda real da população (leia mais abaixo).

    Em 2014, as pessoas que não estavam procurando emprego significavam uma pressão a menos na taxa de desemprego. Uma parcela havia deixado de buscar oportunidades justamente por conta da renda mais alta –jovens que postergavam a entrada no mercado ou mulheres que dedicavam mais tempo para cuidar dos filhos.

    Essas pessoas se apoiavam em uma renda maior que permitia mais tempo longe do mercado de trabalho, e, por não estarem em busca de emprego, não eram contabilizadas entre os desocupados. Com a piora da renda, mais pessoas passaram a buscar oportunidades.

    DESEMPREGO - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    Salvador é a região metropolitana com a maior taxa de desocupação, de 11,3%, frente a 9,1% em abril de 2014 (veja o gráfico abaixo). Na outra ponta fica Porto Alegre, com taxa de desocupação em 5% –em abril de 2014, a taxa era de 3,2%. Em São Paulo, a taxa ficou em 6,3%, frente a 5,2% em abril de 2014.

    O contingente de desempregados em abril foi de 1,55 milhão de pessoas, alta de 32,7% em relação a igual período de 2014. Nesse intervalo 384 mil pessoas se somaram a essa população. Na comparação de abril com março, a alta foi de 4,2%, com 63 mil a mais.

    Na outra ponta, o número de pessoas ocupadas atingiu 22,7 milhões, queda de 0,7% (171 mil pessoas) na comparação anual. Ante o mês imediatamente anterior, o número ficou estável (0,2%), com 42 mil pessoas se ocupando.

    "O mercado de trabalho mostra um movimento oposto do verificado em 2014. Mas trajetória mostra que do ponto de vista estrutural, o emprego ainda tem melhor qualidade que o registrado em 2011, quando a taxa foi a mesma. Temos hoje maior renda e maior quantidade de pessoas com carteira assinada do que quatro anos atrás", disse Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

    DESEMPREGO NAS REGIÕES - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    RENDIMENTO MÉDIO TEM QUEDA

    Abril completa três meses consecutivos de queda no rendimento da população, seja na comparação anual quanto na comparação mensal.

    O rendimento médio real (descontada a inflação) dos trabalhadores foi de R$ 2.148,71 em março para R$ 2.138,50 em abril desse ano, queda de 0,5%

    Em abril de 2014, o rendimento médio era de R$ 2.208,08, o que representa uma queda de 2,9% do ano passado para cá.

    Houve queda, nos dois tipos de comparação em três das quatro categorias de empregos pesquisadas pelo IBGE –com carteira assinada, sem carteira e por conta própria. Só quem verificou aumento real na renda foi a categoria de militares e funcionários públicos estatutários.

    Na comparação anual, o trabalhador por conta própria foi quem teve a maior retração na renda, já descontada a inflação, de 2,8%. Na passagem de março para abril, o trabalhador sem carteira assinada foi o que teve a maior queda na renda, de 4,2%.

    A PME abrange seis regiões metropolitanas do país –São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Ela deixará de ser divulgada e será substituída no ano que vem pela Pnad Contínua, que é mais abrangente.

    Luiz Setti - 2.fev.2015/Jornal Cruzeiro do Sul
    SOROCABA,SP - 2/2/2015 - Milhares de pessoas formaram uma gigantesca fila na manhã desta segunda-feira (2) no bairro Santa Terezinha, em Sorocaba (SP). O motivo da aglomeração foi o anúncio de vaga de emprego para auxiliar de produção em uma indústria multinacional da cidade. (Foto: Luiz Setti / "Jornal Cruzeiro do Sul") ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Fila por vaga de emprego no interior de São Paulo

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