• Mercado

    Saturday, 18-May-2024 14:50:39 -03

    Ações de bancos caem mais de 1% após aumento de imposto para o setor

    DE SÃO PAULO

    22/05/2015 11h03

    As ações de bancos, setor com maior peso dentro do principal índice da Bolsa brasileira, registram queda nesta sexta-feira (22), refletindo o aumento da alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) dessas companhias de 15% para 20%.

    Às 11h35 (de Brasília), o Itaú Unibanco tinha baixa de 1,22%, para R$ 35,62, enquanto o papel preferencial do Bradesco (sem direito a voto) recuava 1,44%, para R$ 29,30. O Banco do Brasil mostrava desvalorização de 1,07%, para R$ 23,91, e o Santander cedia 1,97%, para R$ 16,40.

    O último aumento da CSLL havia sido em 2008, no segundo mandado do presidente Lula, quando a econômica brasileira também passava por um cenário conturbado na política monetária.

    O analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, ressaltou que as ações do setor financeiro já vinham sofrendo nos últimos pregões pela expectativa de aumento de imposto aos bancos e, por isso, a corretora reduziu sua exposição a essas companhias em sua lista de recomendações semanal. "Ações devem permanecer pressionadas no curto prazo", disse em relatório.

    IMPACTO

    A equipe de análise do Credit Suisse avaliou em relatório que o aumento na CSLL pode gerar, em média, queda de 5,4% no lucro dos bancos e de 5,6% no lucro das seguradoras em 2016. As ações de BB Seguridade, Porto Seguro e Sul América caíam mais de 1% nesta manhã.

    O recuo dos bancos e seguradoras ajudava a empurrar o principal índice da Bolsa brasileira para baixo. O Ibovespa tinha, às 11h35, desvalorização de 0,68%, para 54.738 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,3 bilhão.

    A Petrobras também operava no vermelho, com suas ações preferenciais em baixa de 1,85%, para R$ 13,20. Os papéis acompanhavam a queda nas cotações do petróleo no mercado internacional.

    A valorização das ações da Vale não era suficiente para sustentar o Ibovespa no azul, mas amenizava sua baixa. Os papéis preferenciais da mineradora ganhavam 2,19%, para R$ 17,20 cada um, na esteira da recuperação dos preços do minério de ferro no mercado à vista da China –principal destino das exportações da companhia brasileira.

    As companhias do setor educacional voltaram a subir nesta sexta-feira, ainda refletindo a aprovação pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para utilização do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) em cursos de ensino à distância. Kroton avançava 3,97%, às 11h35, para R$ 13,10, enquanto a Estácio subia 1,32%, para R$ 19,25.

    CÂMBIO

    No câmbio, o dólar tinha alta em relação ao real, após um indicador nos Estados Unidos mostrar que a inflação naquele país está acelerando, um bom sinal para o Federal Reserve (banco central americano), que estava preocupado com o baixo nível dos preços.

    O receio do mercado é que, por causa disso, o Fed fique mais propenso a começar a subir os juros naquele país antes do previsto pela maioria dos analistas –entre setembro e dezembro deste ano. A ata da última reunião da autoridade monetária americana enfatizou, no entanto, que o aumento não deve ocorrer no encontro de junho.

    Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA –que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.

    A Fed Funds Rate (taxa de juro americana) está em seu menor patamar histórico desde 2008, entre 0% e 0,25% –uma medida do Fed para tentar amenizar os efeitos negativos da crise financeira.

    Às 11h35, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,97% sobre o real, cotado em R$ 3,067 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 0,82%, para R$ 3,069.

    LEILÕES

    Além do possível aumento de juros nos EUA, a sinalização de que o Banco Central do Brasil deve reduzir suas intervenções no mercado cambial em junho tem limitado o espaço para quedas do dólar.

    Nesta sexta, a autoridade monetária brasileira vai rolar para 2016 os vencimentos de 8,1 mil contratos que estão previstos para o início de junho, em um leilão que pode movimentar até US$ 400 milhões. A operação é equivalente à venda futura de dólares.

    Se mantiver esse ritmo até o final de maio, o BC rolará apenas 80% do lote total de contratos de swap com vencimento no início do próximo mês, que corresponde a US$ 9,656 bilhões. Nos meses anteriores, a rolagem estava sendo de 100% dos contratos.

    Com agências de notícias

    Folhainvest

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024