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    Com oferta de imóveis comerciais, empresários negociam descontos no aluguel

    FELIPE GUTIERREZ
    DE SÃO PAULO

    24/05/2015 02h00

    A desaceleração da economia e uma maior oferta de espaços para escritórios ou lojas deram força de negociação aos inquilinos que pretendem alugar imóveis para esses fins.

    "A gente fala que agora é o momento do inquilino. Tem boas opções no mercado, porque há vários imóveis que nunca ficaram desocupados antes", diz Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis.

    Segundo o consultor Andre Kamkhaji, o fraco desempenho da economia afeta mais diretamente o mercado imobiliário corporativo do que o residencial.

    Danilo Verpa/Folhapress
    A comerciante Priscila de Souza conseguiu negociar um desconto no aluguel de um imóvel comercial
    A comerciante Priscila de Souza conseguiu negociar um desconto no aluguel de um imóvel comercial

    Isso porque há taxas de juros subsidiadas e programas governamentais para que as pessoas consigam comprar suas casas próprias, mas isso não existe para aluguel de escritórios ou de lojas.

    O resultado das vendas do comércio varejista no começo deste ano é de queda de 0.8%, segundo dados do IBGE. Desde 2003 não havia um trimestre tão ruim.

    Além disso, diz Kamkhaji, nos anos de 2010 e 2011 houve muitas novas construções, que ficaram prontas nos anos de 2013 e 2014 (veja gráfico ao lado). Esses espaços aumentaram a oferta de imóveis, reduziram a escassez e derrubaram os preços.

    Segundo Kamkhaji, o resultado é que inquilinos conseguem vantagens na negociação, como carência de meses pagando um aluguel menor e mobiliário para se instalar. Ele conta que uma empresa levou uma laje de brinde ao alugar um escritório.

    Nos primeiros três meses de 2015, a corretora Lello fechou 40% a mais de contratos de locação de lojas do que no mesmo período do ano passado. São, principalmente, pequenos comércios.

    Segundo Hernandes, os novos locatários são pessoas que decidiram abrir um negócio por não encontrarem trabalho.

    Editoria de Arte/Folhapress

    É o caso de Priscila de Souza, 37. Ela resolveu abrir uma pastelaria em uma rua movimentada no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo, depois de anos trabalhando como autônoma.

    Souza descobriu que uma loja de discos na rua iria fechar. "Decidi que se fosse montar uma empresa, teria que ser nessa rua, onde circula muita gente. Tem banco, comércio, faculdade."

    Ela alugou o imóvel de 32 metros quadrados por R$ 4.800, mas conseguiu desconto de R$ 500 nos primeiros 14 meses.

    O negócio que Souza fechou é uma exceção, diz Michel Cutait, diretor da consultoria imobiliária Make it Work. Ele afirma que o momento atual é favorável ao inquilino, mas que pontos em ruas de perfil comercial como a de Souza não são alugados com descontos.

    Cutait recomenda procurar bairros mistos, que têm tanto lojas como residências, onde, explica, há imóveis para alugar com bons preços.

    E em alguns shoppings "o locador aceita uma negociação mais flexível porque existe uma necessidade de que espaços sejam preenchidos", afirma. Na Grande São Paulo, ele cita shoppings da região do ABC.

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