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    Conteúdo local é útil só em metade dos setores de petróleo, diz estudo

    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    24/05/2015 02h00

    Dos 14 segmentos industriais atendidos pela política de conteúdo local em petróleo e gás, só 7 mostram real capacidade de se tornar competitivos globalmente e trazer impactos significativos para o crescimento do país, o desenvolvimento da tecnologia e a geração de empregos. Logo, são os únicos sobre os quais deveria haver exigências.

    É o que conclui o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), a partir de estudo encomendado à consultoria Bain&Company. A instituição reúne petroleiras e representantes da cadeia de fornecedores.

    A política consiste na exigência de que as empresas de petróleo contratem no Brasil percentuais mínimos de equipamentos para exploração e produção, a partir do valor do investimento. Criada pelo ex-presidente Lula, visa estimular a indústria local.

    A obrigação é exercida a partir dos leilões de áreas para explorar petróleo, feitos pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Além da oferta em dinheiro, as propostas apresentadas pelas petroleiras também são avaliadas pelos percentuais mínimos de conteúdo local.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A política é alvo de críticas das petroleiras, que a consideram elevada para a capacidade da indústria brasileira.

    Investimentos em exploração e produção, de US$ 5 bilhões em 2005, devem chegar a US$ 40 bilhões em 2016.

    Como a indústria nacional não acompanhou, diz o IBP, só devem continuar com exigências os segmentos de equipamentos e serviços submarinos, fabricação de módulos (grandes unidades que ficam sobre os navios plataformas), perfuração e construção de poços, materiais e equipamentos de média e de alta tecnologia e construção de embarcações de apoio.

    A avaliação de ganhos para o país considera que tais segmentos têm potencial de atingir, só com as encomendas do Brasil, um grau relevante no consumo global do produto. É o primeiro passo para terem escala e atingirem, assim, competitividade em termos globais.

    É o caso das chamadas árvores de natal molhadas –equipamentos instalados nos poços no mar. Encomendas do país representam 30% do consumo global.

    EMPURRÃO

    "Equipamentos submarinos precisam só de um 'empurrão' para chegar a esse estágio. Já módulos e equipamentos de tecnologia têm um caminho a trilhar", diz Antônio Guimarães, secretário -xecutivo do IBP.

    O estudo encomendado pelo IBP tem como alvo o 13º leilão de áreas para exploração de petróleo, a ser feito pela ANP em outubro. Faz parte de um conjunto de propostas que a instituição pretende apresentar ao governo, ainda nesta semana.

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