Slogans como "não compre gato por lebre" e "sua chance de ganhar mais" estão entre as ações de popularização do Tesouro Direto que atraíram mais investidores em um período de juros elevados e de baixo rendimento da poupança.
Desde março, quando o programa de compra de títulos públicos para pessoas físicas por meio de bancos e corretoras ganhou cara nova, foram registrados recordes de vendas e de cadastro de novos investidores.
As vendas alcançaram em março o valor inédito de R$ 1 bilhão. Dados parciais para maio mostram que esse recorde já foi superado. Em março e abril, cerca de 24 mil novos investidores foram cadastrados, outro recorde.
Entre as alterações realizadas está a mudança nos nomes dos papéis vendidos. Uma LFT agora se chama Tesouro Selic, nome que indica que o título é corrigido pela taxa básica de juros. O site também ganhou ferramentas para ajudar o investidor a escolher que título comprar.
Outros fatores que têm beneficiado esse tipo de aplicação são a saída de recursos da poupança e a alta de juros. De acordo com o Tesouro, mesmo após o desconto de taxas operacionais e impostos, os títulos garantem atualmente um retorno acima de 10% ao ano. A poupança, por sua vez, rende entre 6% e 7%.
"Embora a poupança goze de benefício fiscal de não haver cobrança de Imposto de Renda, os retornos do Tesouro Direto são significativamente superiores", diz o Tesouro em sua página. "Quando comparado aos fundos, aos CDBs e às LCI/LCA, o Tesouro Direto também se destaca, apresentando um retorno superior."
BICHANO
O governo atribui o desempenho recente, principalmente, às mudanças no programa, pois já houve outros momentos em que os juros eram atrativos, mas as vendas não eram tão expressivas.
"Fizemos um site mais didático e usamos mais as redes sociais, com vídeos educativos. A ideia é se aproximar cada vez mais do pequeno investidor", diz David Rebelo Athayde, analista do Tesouro Nacional.
A equipe responsável tem ainda lançado campanhas especiais. Chama a atenção no site a imagem de um gato com orelhas de coelho: é um esclarecimento sobre a oferta de títulos públicos por corretora fora do programa Tesouro Direto. Nesse caso, o investidor não paga a taxa de 0,3% ao ano da Bovespa, mas não tem a garantia dada pelo Bolsa de que o título está registrado em seu nome.
