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    Dólar opera no maior valor em quase dois meses com ajuste fiscal e Fed

    DE SÃO PAULO

    25/05/2015 12h22

    O dólar opera em seu maior valor em quase dois meses nesta segunda-feira (25), em meio ao clima estremecido no governo após a decisão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de não participar do anúncio do corte nas despesas públicas na semana passada, despertando o receio de que ele possa deixar a pasta.

    Às 12h20 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 1,62% sobre o real, cotado em R$ 3,119 na venda –por ora, é o maior nível desde o início de abril. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 0,84%, para R$ 3,121.

    Na versão oficial, uma gripe tirou Levy do evento mais importante desde que tomou posse na Esplanada. Nesta segunda, o ministro afirmou que o bloqueio de gastos anunciado pelo governo foi necessário porque as receitas consideradas no Orçamento aprovado há um mês não estão "nem próximas" da realidade. Ele não mencionou sua ausência na sexta-feira.

    Segundo operadores, além da questão fiscal no Brasil, também segue pressionando o mercado de câmbio as incertezas sobre o rumo do juro básico nos Estados Unidos.

    Embora resultados mistos de indicadores econômicos tenham afastado a hipótese de elevação em junho, a expectativa é que a taxa suba ainda neste ano, o que poderia atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados no Brasil e em outros emergentes.

    Isso porque uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA –que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.

    A Fed Funds Rate (taxa de juro americana) está em seu menor patamar histórico desde 2008, entre 0% e 0,25% -uma medida do Fed para tentar amenizar os efeitos negativos da crise financeira.

    LEILÕES

    A sinalização de que o Banco Central do Brasil deve reduzir suas intervenções no mercado cambial em junho também tem limitado o espaço para quedas do dólar.

    Nesta segunda, a autoridade monetária brasileira rolou para 2016 os vencimentos de 8,1 mil contratos que estavam previstos para o início de junho, em um leilão que movimentou US$ 394,5 milhões. A operação é equivalente à venda futura de dólares.

    Se mantiver esse ritmo até o final de maio, o BC rolará apenas 80% do lote total de contratos de swap com vencimento no início do próximo mês, que corresponde a US$ 9,656 bilhões. Nos meses anteriores, a rolagem estava sendo de 100% dos contratos.

    BOLSA

    No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira começou o dia no vermelho, pressionado pelas ações da Petrobras, mas inverteu a tendência com a valorização das ações da mineradora Vale. O feriado americano em razão do Memorial Day diminui a liquidez nos negócios.

    Às 12h20, o Ibovespa subia 0,44%, para 54.616 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,3 bilhão. No mesmo horário, os papéis preferenciais da Petrobras, sem direito a voto, recuavam 1,29%, para R$ 12,91. Já os ordinários, com direito a voto, cediam 1,77%, para R$ 13,85 cada um.

    Do outro lado da Bolsa, a Vale via sua ação preferencial subir 2,17%, para R$ 17,42, na esteira da retomada nos preços do minério de ferro no mercado à vista da China –principal destino das exportações da mineradora brasileira. As ações ordinárias da empresa ganhavam 2,17%, para R$ 20,70 cada uma.

    Folhainvest

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